Há dias havia escrito um texto que relutava em publica-lo. Parecia mais uma reclamação, um lamento do que uma reflexão filosófica, entretanto, a morte do carnavalesco Joãozinho Trinta e do ator Sergio Brito, me levaram a repensar o relato. Inicialmente, analisava o envelhecimento e a solidão a que todos estamos sujeitos com o avançar dos anos. Tudo começou com uma reportagem com a cantora Vanusa que tem esquecido as letras das canções , mesmo aquelas que canta em todos os 'shows' que faz. Segundo ela, isto se deve a solidão e afastamento das pessoas, além da depressão. Infelizmente ela virou motivo de chacota, mas não é a única nesta situação. Todos os dias vemos pessoas desesperadas com o envelhecimento que é implacável. A situação é mais penosa para quem vive uma fantasia, quase um conto de fadas, como é o caso de artistas, cantores e atores que imaginaram que o sucesso seria para sempre e que o dinheiro não acabaria nunca. Porém, isto não é privilégio daqueles que vivem da imagem, da voz, do futebol, e outros meios. Pessoas comuns também passam por isso. E, não há diferença na vida que levaram, guardadas as devidas proporções, no esbanjamento, gastos com futilidades, e auto-envenenamento com álcool e drogas, lícitas ou não e nenhum cuidado com a saúde. A vida não é doce e cor de rosa como imaginaram, nem há pessoas especiais que viverão eternamente jovens. Somos finitos e embora mais longevos nos dias de hoje, não temos nenhuma vantagem com os anos que vivemos a mais. Até pouco tempo atrás, não conhecíamos doenças que são exclusivas da velhice, (Alzheimer, Parkinson, osteoporose, etc.), pois não vivíamos o suficiente para sabermos da existência delas. Sem falar na lapidação dos patrimônio familiar. A vida é assim; nascemos, crescemos, procriamos, envelhecemos e morremos. É o ciclo natural. Hoje vivemos mais, mas perdemos a noção de espaço físico com a evolução tecnológica e embora seja muito mais fácil contatar pessoas em quaisquer partes do mundo, o fazemos na solidão de uma tela de computador. Somos compelidos a consumir e aparentar juventude sempre. Pura ilusão. Não podemos vencer o tempo que nos empurra para o fim. Um dia quem sabe todos viverão mais de cem anos, mas qual será o preço? Solidão, doenças da velhice, dependência da ajuda de terceiros, enterrados vivos numa casa de "repouso" esperando a morte chegar e sonhando com visitas que dificilmente virão. Como disse no começo, não estou lamentando. Não nasci para semente e poupei para esse tempo que faz parte da existência de todos, sejam ricos, pobres, famosos ou simples mortais iguais a mim.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Consciência!
Chegou o final de ano, embora muita gente não verá o ano novo. Há tempo suficiente para o chegar e sair deste mundo. Mas, nesta época as pessoas ganham consciência e são tomadas por um espírito de solidariedade e vontade incontrolável de espalhar a bondade, a paz e o amor. A religiosidade é o que mais floresce e os fiéis travestidos de apóstolos, saem pregando a palavra e mostrando as escrituras para hereges e descrentes como eu. Batem a minha porta, enquanto faço um trabalho em casa.
__ Bom dia, senhor! Cumprimenta-me uma jovem acompanhada de uma senhora.
__ Bom dia! Respondi.
__ Estamos trazendo a palavra de Deus. O senhor tem notado que os desastres naturais tem acontecido com muita frequência nos últimos anos?
__ Nada de anormal!
__ Mas há estudos que provam que os terremotos e tempestades são os maiores dos últimos cem anos!
__ Tudo natural. Moramos num planeta vivo. Não vejo nada de divino nisto.
__ Mas tá na bíblia. O senhor tem uma bíblia em casa?
__ Não.
__ Não!!!!!?????? E continua folheando seu livro a procura da escrita. __ Ah! T'aqui. E disse Jesus a seus discípulos ao ser questionado de como eles saberiam que o fim estaria próximo, haverá terremotos e tempestades, nações se levantarão contra nações, pais e filhos se matarão...
__ Nada de novo! Como já disse, moramos num planeta vivo; tivemos glaciação e quase acabou com tudo. Já caiu meteoro e os dinossauros foram extintos, nada de divino, apenas acontecimentos naturais. Pais e filhos se matam desde o princípio. Normal.
__ O senhor não acredita nas escrituras?
__ Olha, não sei quem as escreveu, mas não tenho nada contra as pessoas que acreditam.
Um pouco frustrada, ela se despede e vai a procura de alguém que igual a ela, vê a mão de Deus em tudo que acontece.
__ Bom dia, senhor! Cumprimenta-me uma jovem acompanhada de uma senhora.
__ Bom dia! Respondi.
__ Estamos trazendo a palavra de Deus. O senhor tem notado que os desastres naturais tem acontecido com muita frequência nos últimos anos?
__ Nada de anormal!
__ Mas há estudos que provam que os terremotos e tempestades são os maiores dos últimos cem anos!
__ Tudo natural. Moramos num planeta vivo. Não vejo nada de divino nisto.
__ Mas tá na bíblia. O senhor tem uma bíblia em casa?
__ Não.
__ Não!!!!!?????? E continua folheando seu livro a procura da escrita. __ Ah! T'aqui. E disse Jesus a seus discípulos ao ser questionado de como eles saberiam que o fim estaria próximo, haverá terremotos e tempestades, nações se levantarão contra nações, pais e filhos se matarão...
__ Nada de novo! Como já disse, moramos num planeta vivo; tivemos glaciação e quase acabou com tudo. Já caiu meteoro e os dinossauros foram extintos, nada de divino, apenas acontecimentos naturais. Pais e filhos se matam desde o princípio. Normal.
__ O senhor não acredita nas escrituras?
__ Olha, não sei quem as escreveu, mas não tenho nada contra as pessoas que acreditam.
Um pouco frustrada, ela se despede e vai a procura de alguém que igual a ela, vê a mão de Deus em tudo que acontece.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Então é Natal...
Como diria Simone, para desespero da Renata, de novo. E, como num filme ruim, vemos a repetição de cenas que deveriam nos envergonhar. Houve evolução tecnológica, mas só! A programação da TV é cansativa, sem nenhuma criatividade, ainda tentam nos passar por algo que desejamos muito. Todos os canais abertos apresentam seus inéditos filmes religiosos, produzidos ha trinta anos e exibidos todos os anos com chamadas que ou acham que somos idiotas ou estão certos disto. Fora os filmes, tem os especiais de natal e final de ano. Affffh! E ainda tem a programação religiosa que dá o aval da mediocridade em que vivemos. Até quando? Deveria ter embarcado rumo a marte. Por que fui recusar o convite da NASA?
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