Omar Talih


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sábado, 18 de dezembro de 2010

domingo, 12 de dezembro de 2010

Criações... Crias e Criaturas.
























Das histórias e personagens que criei, o Sub-Zé é o que mais me apaixonei. É quase uma biografia, uma mistura de fatos reais e fantasias. O Sub-Zé talvez seja meu desejo sempre constante de liberdade e uma paixão desmedida pela vida.

































sábado, 11 de dezembro de 2010

Flying Saucer...

Quando ouvi pela primeira vez a música "London London" com a Gal Costa, a imagem que me veio a mente foi de uma 'saucicha' voando pelos céus. Como todo "SuperHeroi", tem uma capa e a cueca por cima das calças ou uma meia-calça, (não uma calça partida ao meio) e sempre estão filosofando sobre algo. Já faz muito tempo e como outros projetos, este também ficou engavetado. Mas ele tem uma estória.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Incendios...

                               ... são fáceis de se começar,
                                                                    perdemos o controle e
                                        não sabemos como termina...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Envelhecer...

Embora sejamos uma espécie 100% cultural, ainda não aprendemos, mesmo com milhares de anos de evolução, a envelhecer. Vivemos numa busca frenética de poções mágicas de juventude e prolongamento dos anos de existência, pois muitas vezes não há vida no sentido da palavra, mas apenas uma múmia vegetativa que não se decompõe por ação de drogas e avanços científicos. Ouvimos dizer que devemos envelhecer com sabedoria, dignidade, mas nos submetemos um ritmo que não é mais nosso e nos esquecemos das limitações que o avançar da idade nos impõe. Queremos a eterna aparência dos 20 anos, mesmo que tenhamos passado dos 60 e para isso buscamos todo tipo de tecnologia a nossa disposição, não importa o preço que pagamos ou o resultado obtido depois de várias cirurgias e aplicações de drogas que nos prometem eterna aparência jovial. Mas, sempre nos esquecemos que envelhecer não acontece apenas com o externo do corpo. Nossa mente não funciona mais no mesmo compasso e os reflexos, dores pelo corpo, esquecimentos e indisposição para atividades nos lembram que estamos envelhecendo.
(imagens retiradas da Internet)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Das coisas que nos prendem.

Muitas vezes entramos em uma luta para salvar nossa imaginária donzela presa numa torre. Enfrentamos todo tipo de obstáculos e quando imaginamos ter vencido e conquistado o coração de alguém que sempre esteve em nosso pensamento, vem uma desconfiança e o ciúme nos faz inimigos numa eterna busca de justificativas e resposta a dúvidas que quase nunca as tem. Essa doença não é demonstração de amor ou carinho, mas apenas a afirmação da posse e o príncipe vira sapo, a donzela uma bruxa horrenda que quer nosso coração para fazer suas inconfessáveis magias. O ciúme doentio nos mantém presos a coisas que não temos e muitas vezes não queremos. O egoísmo deste sentimento nos escraviza e impede que sejamos felizes. Gastamos muito tempo e energia buscando falhas nas atitudes do outro e ambos perdemos, encontrando ou não.





terça-feira, 30 de novembro de 2010

Apenas silêncio..!

            Há dias que por mais que queiramos, nada temos a dizer. Apenas silêncio.

sábado, 20 de novembro de 2010

Para nós???

As mulheres reclamam que se pintam e se enfeitam para nós seus maridos/namorados/amantes/ficantes... casos, enfim. Será? Somos merecedores de tanto trabalho? Tomo por base a minha companheira de longos anos, uns 27. Pode parecer loucura nos dias de hoje, um casal permanecer por tanto tempo juntos e ainda haver interesses de parte a parte. Não vou entrar nos detalhes sórdidos da relação. É que depois de tanto tempo podemos nos dar ao luxo de sermos honestos um com o outro sem ferir ou se sentir assim. Numa sexta feira, por volta de quatro horas da tarde, ela vai para o salão de beleza para fazer uma escova progressiva, pintar as unhas e sei lá mais o que. Quase 5 horas depois ela volta com o cabelo chapado e esmaltes ainda úmidos, não podendo tocar em nada, nem ser tocada. Nesse meio tempo, terminei de lavar a roupa que ela havia começado, lavei toda a louça suja e deixei tudo pronto para fazer a janta tão logo ela chegasse. Ela queria uma sopa de legumes e tinha separado e colocado alguns legumes numa vazilia há alguns dias e deixado na geladeira. Eu dizia que aquilo acabaria estragando, caso não fosse feito e pedi para fazer uma salada com eles. A princípio concordou, mas depois de chegar e vê-los cozidos, resolveu que faria sua sopa. Até aí, tudo bem. Então me aproximei e quis dar-lhe um cheirinho, tocar em seu cabelo. " Cuidado com o esmalte, ainda não esta seco." Para mim, foi o mesmo que dizer: "Fique longe." Um pouco mais tarde, enquanto tomávamos sopa, fiquei sabendo que ela não poderia lavar os cabelos por uns três dias. Nada de mais. A noite, quando tentei me aproximar novamente e fazer um cafuné, fui impedido, pois poderia desmanchar o penteado. Resumindo, "Não poderia toca-la". Então perguntei por que ela havia feito tudo aquilo? Resposta: Para mim! Simples assim. Disse que ela estava plastificada e ela calmamente respondeu que sim por uns dias. Então, para quem elas se produzem toda? Para elas mesmas ou no máximo para fazer inveja a outras de seu convívio, não para nós seus reles parceiros que serão massacrados caso não reparem que cortaram um 'pelímetro' do cabelo e fizeram uma mecha mais clara no cabelo louro intenso nº 5. E durma com esse barulho ou melhor, sozinho.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Com a boca na Botija...

Quando servi ao exército em 1975, era um "laranjeira", soldado que passa a maior parte do mês no quartel por morar distante ou outro motivo qualquer. Estávamos no auge da ditadura e fazia pouco que a guerrilha armada havia sido vencida. A guerra do Viet Nan mal acabara e o movimento hippie era forte . Os negros americanos lutavam contra o racismo com o movimento Black Power e havia adeptos mundo afora. Antes de me alistar, fui hippie e Black, ostentando uma cabeleira que fazia meu rosto sumir. Era uma época de muito machismo, lutas livres e fazer artes marciais era o sonho da juventude. O exército era um lugar de homens e machos. Não se admitia mulheres ou homossexuais em suas fileiras. As forças armadas sempre foram conservadora e moralista, embora haja ali mais homossexuais do que nos é permitido saber. Mas isto não é o assunto do momento. Durante meu tempo de caserna, tive um oficial que era descaradamente gay e todos sabiam, desde o comandante até o mais raso dos soldados. Era tão visível sua preferência que ele foi 'suspenso' de alguns exercícios que deveria ministrar a tropa. Havia também um soldado que tinha entrado na mesma época que eu e estava fazendo o curso de 'Cabo'. É o início da carreira para quem quer seguir nas armas. Ele queria que os outros soldados o respeitassem como superior e por isso me perseguia, pois jamais o tratei como tal. Um dia cheguei pela tardinha, depois de um dia de folga, estava escalado para o serviço de sentinela no outro dia e, havia um grande alvoroço no quartel. O oficial do dia me chamou para auxilia-lo nos procedimentos e perguntou se eu estava no meio da confusão. Não senhor!, foi minha resposta sem saber do ocorrido. Então, conversando com outro soldado, soube dos fatos: Tudo começou com alguns soldados detidos por alguma transgressão as normas estabelecidas. Eles não teriam folga de final de semana e permaneceriam no quartel até 2ª feira a tarde, aqueles que moravam na cidade, os laranjeiras só sairiam no próximo final de semana. Para compensar o tédio da detenção, resolveram comprar pinga, limão e açúcar e fazer uma festinha, embora fosse proibido, não teria problemas. Foi o que pensou o sargento do dia, fazendo vistas grossas. No auge da bebedeira, o soldado que fazia curso de 'Cabo' ficou eufórico e arrumou um parceiro. Foram para o fundo do alojamento e se atracaram. A gritaria e gemedeira foi enorme e os outros foram ver o que se passava. O futuro 'Cabo' tinha outro soldado grudado e fungando no seu cangote. Deu desespero geral. Ninguém sabia o que fazer. Chamaram o sargento que chamou o tenente oficial do dia, que ordenou que fossem encaminhados presos. A notícia correu feito fogo em pólvora e depois de três meses de processo, ambos foram expulsos do exército. Tinha também um sargento que era admirado por todos. Ele tinha o porte físico do Daniel Greic, o James Bond; louro, olhos verdes, voz grossa e massa muscular que causava inveja na rapaziada. Quando ele dava instruções, a atenção era total. Mas, durante o tempo de serviço, a maioria dos soldados estão sempre duros, ganham pouco e quase sempre gastam o que tem com prostitutas e outros programas desaconselháveis. Porém, um, embora fosse laranjeira e de família humilde, estava sempre com dinheiro e dificilmente estava de serviço nas sextas feiras. Um dia, voltávamos da farra para o quartel por volta de 23 horas e vimos um carro parado a uns 500 metros do portão das armas. Estávamos em dez mais ou menos e por curiosidade em saber se era um casal transando, cercamos o carro para ver seu interior. Naquele tempo não se usava filmes nos vidros. Os ocupantes estavam tão envolvidos no ato que não perceberam nossa aproximação. Nos dividimos em dois grupos e cada um foi por um lado. Ao olharmos pelo vidro embassado, vimos o sargento com a "boca na botija" e entendemos porque aquele soldado sempre tinha dinheiro. Ao nos ver, o sargento engoliu o que tinha na boca e abriu a porta do carro, mas já estávamos correndo em direção ao quartel morrendo de rir. A partir daquele dia, as instruções do sargento já não despertava tanto interesse e embora jurássemos que nada havíamos falado, o quartel inteiro tomou conhecimento do fato. Depois disso, aquela unidade ficou conhecida como "Nosso Cantinho", alusão a um bar de homossexuais existente na cidade.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Das idotices

que cometemos todos os dias, algumas são comicas mas, beiram ao trágico. Conheço um casal de engenheiros eletricistas que ao trocar uma lâmpada cometem uma desta bobagens que poderia terminar mal. Darei um nome fictício para eles. Visto a inteligencia empregada no ato, poderia chama-los "Bob Esponja e Patrick", mas como se trata de um casal, vamos chama-los de "Sereia do Mar e Bob". Nosso casal de 'engenheiros', dividem o apartamento com outros seres que habitam este planeta. Eles moram no 12º andar de um prédio de apartamentos na Fenda do Biquíni, leia-se São Paulo, num bairro como outro qualquer. Como acontece com aparelhos elétricos usados em todos os apartamentos e casas mundo afora, as lâmpadas de lá, estão sujeitas a "queimar" iguais as outras. Mas, porque se preocupar quando se tem em casa um casal de Engenheiros Eletricistas e que não vêem nenhuma dificuldade em substituir a peça danificada. Basta pegar uma escada com o zelador do condomínio e fazer o serviço, certo? Seria se fosse executado por simples mortais. Mas, nosso casal de heróis, depois de procurar pelo responsável pela guarda dos equipamentos do condomínio, para não aguardar por um interminável dia e executar a tarefa com segurança no outro, resolvem que o fariam do "Geitinho" brasileiro e subindo ela nos ombros dele, Sereia do Mar e Bob, começaram a executar a difícil tarefa de trocar uma lâmpada. Como todo casal de propaganda de tintas para parede, eles levam aquilo na brincadeira e num descuido, perdem o equilíbrio e caem sentados sobre uma cama, pois o serviço estava sendo executado no quarto de um dos seres que dividem com eles o apartamento. Na queda, ela é projetada contra a janela e quebra o vidro que despenca 40 metros abaixo, caindo no pátio comum, onde outros habitantes do condomínio faziam uma festa. O susto foi grande, mas ninguém se feriu. Como disse uma furiosa moradora do apartamento, "Não sei se por obra de Deus ou do Diabo, nada de mais grave aconteceu". Além de colocar a vida de outros em risco, a Sereia do Mar, poderia ter sido arremessada pela janela e se espatifado no chão da quadra, dando o maior trabalho para os encarregados da limpeza, que teria de "limpar" a grande cagada. Não chegou a ser trágico, mas terão de substituir o vidro quebrado e a conta com quem deve ficar?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dia dos Mortos- Finados.

Pode parecer mórbido falarmos de morte e pessoas mortas, mas é prazeroso pensar nisto, principalmente porque nos força a lembrar da única coisa certa que temos na vida. E por falar nela, podemos perceber que por mais que se tenha medo da morte, pouco se respeita a vida ou se dá o valor e importância que ela tem. na minha opinião, o que cria esse medo, não é a morte em si, mas a visão da putrefação do cadáver. É ver o processo de decomposição que nos remete ao imaginário de horror. Talvez por isso, por essa dissociação vida/morte que não a respeitemos. O que nos assusta, não é a eternidade da morte, noção que tinham os antigos e tentavam se perpetuar através da mumificação. Hoje, temos "múmias" vivas, como zumbis presas a tudo que a medicina pode prover e o dinheiro comprar. Egoísmo do morto vivo, avareza dos que lucram com isto. Mas por que será que cultuamos o dia dos mortos? Talvez seja a única data que não tenha nascido de algum interesse comercial, mesmo que hoje seja um grande negócio. Se cremos e, a maioria crê que, há uma outra vida e reencarnação, então não tem sentido acender velas, levar flores e comida para um espírito que sabemos não esta ali. O que espiamos com isto? Nossas culpas, desejos secretos e inconfessáveis que nos acompanharão em nossa passagem  para a eternidade?  Muitos talvez sejam sinceros na saudade e falta que sentem, mas, não poderiam ter feito algo mais enquanto havia vida? Cabe a cada um a sua verdade. Hoje porém, é dia dedicado aos mortos e como o natal, carnaval ou São João, viva o "Dia de Finados". 

sábado, 30 de outubro de 2010

54!

Nunca tive uma festa de aniversário. A que me lembro, que acabou num grande fiasco, foi há muitos anos quando era ainda um 'pivete', hoje adolescente. Recordo-me que um de meus irmãos e mais um amigo, resolveram que deveríamos comemorar meu aniversário com refrigerantes e presentes. Logo cedo, me chamaram e fomos para uma feira livre, que ficava a meia hora de casa, a pé. Lá chegando, percebi que seria um dia diferente. Um deles me distraiu e o outro "roubou" em uma banca um par de sapatos que me seria dado como presente pela data. Após o feito, mal feito por sinal, eles compraram algumas garrafas de "Tubaina" refrigerante que só se encontra por aqui e fomos comemorar. É claro que não se importaram em observar o numero do par de sapatos. Quando me entregaram para experimentar, vimos que era pelo menos quatro números maior e fiquei como se tivesse um caiaque nos pés. Aquilo virou piada e rolando de rir, meu amigo me chamou de "canoa", pela desproporção entre o pé e o calçado. "Se entrar na agua não afunda". A partir deste dia, até hoje, ele só me chama de "Canoa". Não houve uma festa propriamente, mas foi muito engraçado.

Histórias sem fim.

A medida que tomava conhecimento de minhas raízes, sentia o sangue mais quente correndo nas veias. Ficava imaginando uma cena de faroeste. E pensar que tudo que acontecia, era motivado por um pedaço de terra. Não conseguia imaginar quão valioso poderia ser aquele caminho para o gado, com não mais de um metro de largura. Será que haveria solução pacífica para um conflito que a meu ver era banal, mas não era para eles o tipo de problema que se resolve na conversa. Enquanto os homens mudavam a cerca, meu primo, com o revolver na cintura foi ter com eles. Não houve dialogo. Quando ele se aproximou, um dos homens o atacou com um enxadão, golpeando-lhe a cabeça. Caído, retirou  a arma do coldre e levou-a em direção a um outro homem que o atacava, desferindo um golpe de facão. Um tiro soou e o inimigo cai ferido de morte, não sem antes acertar-lhe a mão, quase decepando um dedo. O primeiro agressor que estava com o enxadão, ao ver o irmão agonizando em seus últimos segundos de vida, novamente partiu para o ataque. Outro tiro, outro corpo caído ao chão. A bala penetrou pelo queixo do lado esquerdo e saiu pelo outro lado próximo a orelha, por isso a impressão de faltar um pedaço do queixo e enorme pelota abaixo dos olhos. Ainda com a arma na mão, aponta para os outros homens que acompanhavam aqueles que jaziam sobre uma poça de sangue. "__ Nós não temos nada com isso, só trabalhamos pra eles." As ferramentas foram abandonadas e socorrem os baleados. Um esta morto com um tiro no coração, o outro ofegante com o maxilar quebrado, olhos esbugalhados . Os empregados os carregam , enquanto meu primo ferido volta para casa. As duas fazendas estão muito distante da mais próxima cidade, onde haveria um hospital e uma delegacia de policia. O fazendeiro ferido foi levado para um povoado onde um " pratico", uma espécie de médico, farmaceutico e veterinário atende a população. A policia foi avisada e chegou uma semana depois, apenas para registrar o fato, ninguém foi sequer chamado para depor. O morto foi enterrado na propriedade, a cerca não mais foi mudada de lugar. Tempos depois, meu primo vendeu suas terras e mudou-se para Goiás. A partir dai e cheio de orgulho, esqueci-me da politica e mergulhei de corpo e alma naquele paraíso.  

terça-feira, 26 de outubro de 2010

E a história continua...

Quando estava na Bahia e praticamente 'fugi' de Santa Maria da Vitória, tendo em vista os acontecimentos e a certeza de que corria risco de morte, não desconfiava o quanto estava ligado a um lugar tão distante e que há pouco não existia nem em meu imaginário. Quieto em meu canto, fiquei observando as pessoas que viajavam comigo naquele caminhão. A cada 10, 20 km, descia algumas pessoas ou subiam outras. Uns 70 km após o embarque o homem que parecia faltar um pedaço do queixo, com enorme pelota de um lado do rosto, desceu. Continuamos a viagem. Quando estávamos a uma distancia segura, o passageiro ao meu lado, voltou-se para mim e disse: "__ Então você é sobrinho de dona Rosália? Tome cuidado com quem fala. É que seu primo teve uma desavença com o sujeito que desceu. O senhor desce na próxima parada, pousa lá e depois procure por sua tia, todo mundo a conhece." Ele levantou-se, estendeu-me a mão em cumprimento, "__ É o senhor que estava mexendo com política, não é? Pena que mataram aquele cabra do sindicato!". Apertei-lhe a mão e nada disse. O caminhão parou e ele se foi. Por volta de 22 horas, chegamos ao lugar onde passaria a noite. Era uma casa iluminada por lamparinas de querosene. Tinha para jantar farinha de mandioca, macarrão temperado com coloral, e carne ensopada que não me atrevi a perguntar do que era, café ralo e só. Dormir na rede ou num banco duro. Cobrir apenas para não ser devorado pelos pernilongos. Madrugada, hora de seguir em frente. Dali em diante, perguntaria apenas por dona Rosália, sem dizer que era seu sobrinho. Após me informar sobre a direção a tomar, pus-me a cominho. Devia ser umas quatro da manhã. Não havia qualquer tipo de condução para me levar até lá. Pé na estrada. Por volta de dez horas da manhã, com um sol de rachar, perguntei novamente; " Segue em frente, é logo ali". Quatro horas da tarde, preocupado em não encontrar quem eu procurava antes do anoitecer, perguntei novamente a uma mulher que capinava uma roça e parou para olhar o estranho que passava por ali. "__ A casa da dona Rosália, por favor?  __ É a próxima depois da terceira porteira". Por volta de cinco e meia da tarde, bati numa casa; __É aqui a casa de dona Rosália? __ Não, é a próxima! Ainda bem que apenas uns setenta metros me separava de meu objetivo. Novamente bati palmas. Surgiu à porta uma senhora de uns setenta anos, magra, mas com viço, apesar das rugas aparentava resistência a dureza dos anos de vida. "__É aqui a casa de dona Rosália? __ Sim, sou eu, por que? __ Ah! Graças a Deus. Não aguentava mais procurar. Sou seu sobrinho de São Paulo. __ Quem? __ Seu sobrinho, filho de sua irmã. Ela perdeu a voz, não chorou, apenas abriu os braços e recebeu-me num afetuoso e apertado abraço. A casa era de barro, coberta com folhas de palmeiras e algumas telhas cerâmicas. O piso de terra batida irregular, um fogão a lenha, podia sentir seu calor e o trepidar de madeira queimando, uma mesa improvisada com galhos e bancos feitos de troncos de árvores. Ela percebeu meu espanto. __ Não é o que você esperava! __ Não é isso. É que já morei numa casa assim. Quando chovia, tínhamos que escorar. Dava muito medo de cair. __ Não se preocupe, aqui chove pouco. Abraçou-me carinhosamente e levou-me para a cozinha. Fez café, biju de polvilho e fritou peixes e bolinhos de chuva. Conversamos muito. Após o café, o sol ainda brilhava forte e chamando-me para o quintal, apontou para um rio, uns trinta metros abaixo. __Me ajuda a buscar peixes? Nada respondi, apenas a segui até as margens do rio. Fiquei encantado. Uma cachoeira, uma piscina natural e uma praia. Estava no paraíso. __ É aqui que tomamos banho. Se quiser é só tirar a roupa e entrar. Não foi preciso falar outra vez. Enquanto me refrescava, ela seguiu pela margem até próximo a cachoeira e puxando uma corda, retirou uma espécie de "coador" feito com um lençol e um galho de árvore em forma de gancho. Os peixes ao saltarem para subir a cachoeira, caiam dentro da armadilha que ela colocava pela manhã e retirava a tarde. Depois do banho, voltei com ela para casa e enquanto preparava a janta, apresentou-me para a família; uma filha e a neta e um filho de minha idade. Conversamos muito e matamos a curiosidade de parte a parte. Escureceu. Lamparinas de querosene foram acesas e olhando pela janela, podia ver ao longe o lume de outras candeias. A curiosidade me corroía por dentro e então perguntei: __O que aconteceu com meu primo? Soube que houve uma briga e ele quase matou um homem! __É uma longa história. Começou por causa de um pedaço de terra, um carreador para o gado beber água no rio. __Como assim? __O vizinho do sitio, mudou a cerca dele para dentro das terras de seu primo, ele foi lá e colocou de volta no lugar. Novamente o vizinho invadiu a terra com a cerca que foi outra vez mudada. É claro que entre uma mudança e outra, ninguém foi falar com o outro e tentar resolver. Um dia os vizinhos e alguns empregados estavam mudando a cerca e o filho dele veio e avisou o que estava acontecendo. Ele colocou um revolver na cintura e foi lá para conversar com os homens.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Aventura na Bahia.

No inicio da década de 1980, após ser demitido dos Correios, resolvi tirar uns dias para passear e conhecer a Bahia.
Viagem decidida, fiz as malas, na verdade uma mochila com algumas peças de roupas e uma maquina fotográfica, (naquele tempo não existiam as digitais), alguns filmes e fui. No dia da partida, cheguei para minha mãe e disse: "Vou para a Bahia." Ela me olhou com ar de espanto e sem entender nada perguntou; "Como?". Apenas respondi: "Tchau, mãe!" e parti.
Os anos 80 eram cheios de lutas para derrubar a Ditadura Militar e eu sou um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, sendo filiado desde o início. Tomei um onibus na rodoviária em São Paulo com destino a Brasília de onde partiria para a Bahia. Sabia que tinha um primo em Taguatinga, cidade satélite de Brasília e fui procura-lo. Nada sabia sobre o mesmo e também era um desconhecido para ele. Pergunta daqui e dali, cheguei a sua casa. Fiquei por lá uns três dias e segui viagem.
No trageto até Brasília, a rodovia era razoável e o onibus oferecia conforto e segurança. Após comprar a passagem, dirigi-me para o terminal de embarque e começou a aventura. Me aguardava um onibus velho, mal conservado, com engradados amarrados no teto, com galinhas, porcos e sei lá mais o que. Para embarcar, pessoas de todas as partes do nordeste com crianças, muitas crianças. Quase todas subnutridas, esquálidas, pálidas, com cabeças muito grande e olhos esbugalhados. Soube durante a viagem que uma delas estava sendo alimentada apenas com agua e açúcar havia três dias.
Partimos. Meu destino era Santa Maria da Vitória, mas passaríamos por outras cidades até chegarmos. Encostado na janela, olhava a paisagem e tudo que via era um infinito árido, com terra rachada, ora parecendo o casco de uma tartaruga, ora as costas de um grande crocodilo. Havia esqueletos de animais mortos pela fome e sede, nenhum sinal de verde, apenas árvores retorcidas e secas.
Ao fim da tarde chegamos em uma casa que era ponto de parada para os viajantes. Não havia visto nem um sinal de vida nos últimos 200 km, então... ao entrar, notei que sobre  a mesa havia algo escuro, quase preto que, com um gesto do homem que estava na cozinha, levantou voo em nuvem, indo pousar em outra peça. Eram moscas. Ali que os viajantes paravam para fazer as refeições; os que podiam pagar. Menos da metade dos ocupantes do onibus.
"O que temos para comer?". ---Macarrão temperado com coloral (urucum) talvez, nº 8, daqueles que parecem um canudo de refrigerante, farinha de mandioca e carne.
Depois de ter saciado a fome, quis saciar a curiosidade e perguntei ao dono, garçom, cozinheiro, faxineiro do lugar que era ajudado por sua companheira.
---Carne do que?
--- De jegue!
---De jegue?
--- O sr. viu alguma vaca ou porco por aí?
--- Só carcaças!
---Então..! e foi atender aos outros fregueses. Já era noitinha quando embarcamos e seguimos viagem. Próxima parada, Barreira, pela manhã. Percorremos por uma estrada de terra, esburacada e cheia de costelas que me fazia sentir como se estivesse dentro de um grande vibrador. O onibus pendia para um lado e outro, deixando entrar galhos pelas janelas emperradas que há muito pedia manutenção. Para chegarmos até a cidade, descemos montanha abaixo por uns cinco ou dez quilometros, não me recordo, pois descíamos a noite e devagar, pelas péssimas condições do onibus e da estrada. Lembro-me que por sorte, quebrou o freio quando faltava menos de um quilometro e o motorista conseguiu parar sem danos ou ferimentos aos passageiros, mas a gritaria foi geral. Ficamos parados ali por umas dez horas até a chegada de outro onibus com um mecânico e peças para os reparos. Fizemos a baldeação e seguimos em frente. Foram mais 18 horas de viagem e algumas paradas. Chegamos ao destino.
Santa Maria da Vitória é cortada por um rio e do outro lado fica São Felix que pediu emancipação e gerou grande alvoroço, principalmente porque a prefeitura e a câmara municipal ficam ali. Após perguntar pelo meu anfitrião, que não sabia de minha chegada, fui procura-lo onde haviam me informado ser a sua casa. Após me apresentar, fui muito bem recebido, almocei, conversamos sobre muitas coisas que despertavam a curiosidade de ambas as partes, quis presentear meu meu anfitrião com anzóis e material de pesca que levara comigo. Ele muito gentilmente agradeceu  e recusou, explicando que o motivo era que; seu filho de 8 anos juntamente com outros amiguinhos da mesma idade, pegaram  um barco, anzóis e foram pescar. Fisgaram um Surubim que os arrastou muitos quilometros rio abaixo. Como ninguém sabia da "arte" dos garotos, a cidade ficou em polvorosa e foi montado um grande aparato para encontra-los, o que aconteceu apenas 30 horas depois. Eles estavam bem, encalhados, com o peixe ainda no anzol. Segundo o que me falou meu amigo, pesou mais de 30 kg. Na hora do banho, fui informado que por ali todos tomavam banho no rio. Todos, quer dizer a cidade inteira. O calor justifica e o preço da energia também. Mas, recomendaram que tomasse banho de cuecas, pois os peixes vinham ajudar na higiene e poderiam tentar levar a "minhoca". Foi muito agradável o banho com um cardume de peixinhos beliscando tudo que estivesse submerso. Bom, como meu objetivo, além do passeio, era fundar uma célula do PT naquele fim de mundo, comecei a trabalhar nesse sentido. Meu anfitrião fazia parte do grupo que governava a cidade e soube por ele que havia muitas desavenças entre o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e os proprietários de grandes fazendas da região. Fiquei por ali uma semana e havia visitado o outro lado do rio, São Felix, duas vezes. Um dia, estava esperando o barco para fazer a travessia, chegou meu amigo, um tanto ofegante e me chamando para o lado disse: "Acabaram de matar o presidente do sindicato com 8 tiros. Tá o maior reboliço na cidade. É melhor você sair daqui". Voltei para a casa dele e fiquei sabendo que tinha "gente" descontente com minha presença ali. Resolvemos que o melhor a fazer naquele momento era deixar a cidade e assim o fiz. Ele me contou que eu tinha uma tia  que morava a uns 150 km dali e que deveria procura-la e ficar por lá por uns tempos. Depois daria rumo a minha vida,"enquanto a tinha", pensei. Para sair da cidade, havia dois jeitos: de onibus, que tinha um de madrugada e outro de noite ou de "carona" que é um caminhão que cobra o mesmo preço e faz viagens intermediárias. Embarquei num desses por volta de seis horas da tarde. Deveria chegar a uma parada onde pernoitaria e seguiria o resto do caminho a pé. Me acomodei num canto e observei os passageiros. Pessoas estranhas, todas portando armas, creio que o único desarmado era eu. Como não conhecia nada e ninguém, aproximei-me do homem sentado a meu lado e perguntei se conhecia dona Rosália, minha tia. Ele olhou-me com ar de preocupação e apontando discretamente para um homem que tinha um grande defeito no rosto, com uma enorme pelota de um lado e a impressão de faltar um pedaço do queixo, colocou a mão sobre a boca e fez "Chiii!". Entendi o recado e calei-me. Mas a partir daí, já é outra história.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quem sou?

A primeira vez que me perguntaram isto, era um teste e eu cursava a 7ª série do antigo ginasial. Pouco me lembro da resposta que dei, mas ficou a quantidade de coisas e definições ditas na ocasião. Na verdade o que se queria saber para a pergunta; "Quem é você?", era o nome, estado civil, idade e grau de instrução. Nada sobre ser filho de Deus, um cara legal, prestativo ou meiga e carinhosa. Depois disto passei a prestar mais atenção as perguntas a mim dirigidas. Hoje, depende do local e quem faz a pergunta. Há momentos que a resposta mais próxima do ideal seria; homem, multi cor (devido a descendencia), crente não religioso, artista e arteiro, indiguinado com a estupidez que somos capazes de fazer sem remorsos ou receios. Também sou multi personal. Creio que nos travestimos na "pessoa" necessária para cada situação. E seu nome? Tenho vários, cada qual com personalidade própria: Um dia sou João e como o Apostolo, as vezes perco a cabeça, noutro sou Sebastião e morro atingido por flechas de olhares de desejos mil. Omar! Ah! o mar. Vivo  em meus sonhos, desejos de sentir a areia sob meus pés, o sal que tempera o suor debaixo do sol que doura a pele. Quem sou? Que nome tenho? Sou o que sou, tenho o nome que me convém! Sou assim, como nomeou me meu pai, mistura de raças e cores como um prato multi colorido que alimenta sonhos, desejos e poesias.

Para a Renata que os adora!


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dias passados...Parecem distantes!

Toda vez que olho para um calendário, imagino dias perdidos no tempo, lembranças remotas, imagens desbotadas, quase esquecidas e chego a me perguntar se realmente vivi aquele momento. Hoje com tanta tecnologia, pressa, pouco tempo para observar tudo que esta a minha volta, ponho em dúvidas o que ocorreu apenas ontem. Não me parece real. É muito difícil imaginar homens semi nus correndo pelas savanas em busca de caça ou singrando os mares em embarcações que parecem brinquedos feitos por crianças. Sento-me à beira de uma estrada e viajo em devaneios, recordações, dias passados, pessoas que ficaram distantes, mudaram o caminho, buscaram outro rumo. Onde estará o amigo de infância, a garota por quem era apaixonado? Quantos ainda estão vivos? E eu, será que estou? Há momentos que me sinto em uma redoma , olho o horizonte e com olhar perdido busco uma resposta para perguntas que não fiz. Seria mais feliz morando lá, não aqui? Oportunidades houve, o medo encarcerou-me no que parecia seguro. Vendi meu tempo e liberdade por um salário aviltante, calei minha voz para ouvir a de outros com armas nas mãos. Quantas vezes errado nos atos e atitudes me fiz vítima e acusei inocentes. Dias passados, imagens presentes. Por que tive medo? O que me assustou? O beijo doce da mulher casada ou o tapa no rosto desferido por uma adolescente? Tudo parece distante e cada carro que passa veloz pela rodovia, leva um pedaço de mim. Enquanto as horas passam, espero... é meu trabalho. Nessas lembranças que vem e vão na velocidade dos caminhões carregados e desconhecidos destinos, espelho minhas memórias em outros que, iguais a mim passaram e se perderam num tempo que não é mais nosso. Nossas verdades, nossos ídolos estão mortos, desconhecidos dessa gente nova.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

2º Turno

__ Durante meu governo, não do Itamar, fiz o Plano Real... Plantei uma ideia, e o Serra mostra o Lula na campanha dele. Tô com o sa... deste tamanho. E duvido que me chamem prá ajudar no segundo turno. Quer saber, vou voltar pra França. Lá eles me entendem!                 










 ___ O Netinho sifu! só porque é negro e bateu na mulher. Eu coloquei a Policia Militar para combater a Civil e estou no 2º turno, graças a Marina é verdade, mas quem se importa!




















__ Agora estou no 2º turno. Eu não vou atacar minha adversária, aquela terrorista, deixo o Indio falar o que ele quiser. Ele é o cara. Ou será o amigo do Zorro. Sei lá...

Meu universo.

O universo em minhas mãos. Tão sobre controle quanto o frio que faz hoje, o sol que apareceu ontem e a chuva que me pegou sem guarda-chuvas. Me encanta seus mistérios, é o desconhecido que me fascina.

sábado, 2 de outubro de 2010

Punição ou racismo?

Tenho visto e recebido muitos e-mails nesta eleição, massacrando o Netinho pelas agressões contra a ex mulher e nos aconselhando a não votar nele, percebo que por trás da critica ferrenha de seu ato de violência há um outro ato não tão inconsciente que se mostra tão violento quanto as agressões infringidas por ele. Sabemos que há real possibilidade de ele ser eleito e termos um senador que vai incomodar o estabelecido no nosso tradicional sistema "democrático", onde só os 'letrados' e brancos são bons para fazerem politicas e criar leis. Muitos outros candidatos que pleiteiam a reeleição, são agressores de mulheres, vide Frank Aguiar e nunca foram cobrados por isto. Maluf é ladrão condenado e eleito ganha foro privilegiado e não pode ser preso. Há tantos Arrudas, Tumas, os que foram carrascos na ditadura e os que se associam a máfia chinesa e nunca foram tão perseguidos. As estatísticas dizem que a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil e temos visto que a lei Maria da Penha pouco tem valido para defende-las. Assim como criticam a candidatura do Tiririca, Maguila, mulher Pera, Cameron Brasil e outros tantos candidatos fora dos padrões, há uma atenção exacerbada em fatos que podem mudar os rumos de uma eleição, usando-se pesos e medidas diferentes para julgar um mesmo crime. Estamos em uma democracia e é direito de todo cidadão se candidatar a cargos eletivos assim como é direito não votar neles. O que me preocupa é que por trás de atitudes que aparenta sensatez, há um desejo de separação daquilo que é "Direito" do cidadão do que se quer manter no poder. A perseguição ao Netinho será apenas por ter agredido a mulher ou por ser negro e estar na frente de muitos mais "qualificados" que ele?

Culpa...nem sempre admitimos!

Dizem que durante a 1ª guerra mundial, um comandante do exercito alemão, quando havia um desentendimento entre seus comandados, os mandava para lugares diferente para refletir sobre os fatos e depois voltar para conversarem sobre o assunto. Era para evitar tomada de decisões impensadas e no calor dos fatos que sempre leva a desastres as vezes incorrigiveis. Aprendi com esta história a não discutir por motivos que aparentam ter grande importância no momento, mas que a luz da razão nada representa que não apenas um não querer perder uma discussão sem nexo ou super valorizar fatos corriqueiros. Após analise cuidadosa de alguns acontecimentos e espera de raciocínio livre, percebo que sempre temos uma parcela de culpa nos fatos que nos levam a brigas desnecessárias com consequencias as vezes graves. Infelizmente aprendemos a nos sentir sempre vitimas e nunca algozes. Somos sempre os "mocinhos" da história, o príncipe que vai salvar a donzela e elas as cinderelas, jamais as madrastas ou bruxas horrendas que fazem magias com criancinhas. Culpa? Temos... mas para que admitir!

domingo, 26 de setembro de 2010

MATEMÁGICA


Existe um imposto ICMS, sobre a circulação de mercadorias e serviços, um absurdo que encarece todos os produtos que compramos com 25% de seu valor inicial. Na conta de luz, tem uma magica matemática que ninguém explica e somos "ROUBADOS" oficialmente na maior cara de pau. Atente para a COMPOSIÇÃO DA TARIFA/IMPOSTOS:
Base de calculo do ICMS  R$ 136,46 alicota de 25% = R$34,12
COFINS (contribuição para fins sociais) R$ 4,72 e PIS R$ 1,01
Oras se o imposto é cobrado sobre a mercadoria, consumo de energia R$ 49,35, o ICMS deveria ser de R$ 12,33,pois, o restante são custos da empresa: Transmissão R$ 9,08, distribuição R$ 28,64 e encargos R$ 9,36. Mas mesmo que pagássemos impostos sobre o custo de geração e transmissão, o ICMS seria sobre R$ 96,63 a 25% = R$24,15, o que me leva a pagar imposto sobre imposto, porque pagamos sobre a soma de tudo mais o imposto devido, fazendo então outra conta e cobrando duas vezes pelo mesmo serviço. Sendo R$ 96,63 + R$ 24,15 + R$ 4,72 + 1,01 = R$ 126,51, se aplicar 25% sobre este valor ainda não terei os R$ 34,12 que estão sendo cobrados. Teríamos neste caso R$ 31,62. Sinceramente não consigo entender a matemática aplicada nesta conta. Se aplicarmos o valor cobrado efetivamente, temos 35.4% de imposto real.  Se aplicarmos somente sobre o que deveríamos pagar, ou seja, sobre o consumo de R$ 49,35, pagamos 69.1%. Como eles chegam a este absurdo, não sei. Sei que estamos sendo lesados, roubados sem ter a quem recorrer. E depois não se sabe porque há tanta corrupção e sonegação de impostos. Dá para imaginar quanto custaria um CD se fosse cobrado apenas o devido? E sabedores que somos ROUBADOS em todos os outros itens de consumo, pois dificilmente esta matemagica não é aplicada a outros bens que circulam pelo país, quanto realmente pagamos de impostos?

sábado, 25 de setembro de 2010

Nossas teias...

Passamos parte da vida presos em um cordão e depois começamos a tecer cordões imaginários que nos mantém atados. Embora nada nos impeça, ficamos inertes e sujeitos a situações desagradáveis das quais gostaríamos de nos libertar. O que nos impede? Um casamento ruim com violência, com riscos reais de assassinato, um namoro sem futuro onde só uma das partes tem interesse. Relacionamentos em geral são os mais nefastos acontecimentos nessas teias, mas vemos pessoas infelizes com o trabalho e passam anos a fio, sendo humilhados por uma segurança que na verdade nunca existiu e depois de muitos anos de "escravidão" vem uma aposentadoria que funciona como um túmulo e a pessoa é enterrada ainda viva. Ela não sabe viver fora das paredes e da opressão do trabalho e do chefe. Por que será que mesmo tendo a oportunidade de sumir, buscar novos ares, não o fazemos? Esticamos mais um fio e permanecemos presos a um conceito, uma ideia, um medo de ter que começar outra coisa. Somos tão mutáveis, o mundo é uma eterna mudança e não existe lugar seguro. Somos universos solitários orbitando outros universos tão solitários quanto. O que será que nos apavora? Sabemos que somos finitos e que a única coisa que temos por certa é a morte, cedo ou tarde, nunca na hora certa do ponto de vista dos que permanecem vivos. Em uma vida, quantos fios construimos para nos amarrar? A casa dos pais, a escola, os amigos, namorado/as, maridos/mulheres, filhos, empregos... quanto disto realmente nos prende e nos impede de tentar outras coisa, como uma viagem, mudar para outro país, trocar de parceiro. Por que insistimos em em tecer novas teias? 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Questão de gosto!

Pedir desculpas.... é difícil!



Tem hora que cometemos alguns enganos, reconhecemos e guardamos para nós. Não podemos perder a compostura, mesmo que esta atitude nos deixe mal por vários dias. É mais fácil se calar quando estamos errados e cobrar muito quando há uma pontinha de certeza, mesmo que paire uma dúvida sobre isto. Um certo remorso, quem sabe, bate no intimo e tentamos comprar o que seria um simples pedido de desculpas.
Ficar calado é muito mais comodo, e não passa a ideia de que um erro foi cometido. Embora tenha perseguido, telefonado de forma agressiva, intempestuosa e constatado a falha, por que pediria desculpas?
Custa menos fazer um jantar, aquele que ouviu falar que o parceiro/a queria, mesmo errando nos ingredientes e abusando um pouco do sal. Tem dias que esperamos apenas um pedido de desculpas e tudo estaria resolvido. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tempo para pensar!

HÁ QUANTO NÃO PARO PARA PENSAR?
NAS DORES, NOS AMORES, DISSABORES!
NA VIDA QUE SEGUE INCANSÁVEL,
SEMPRE MUTÁVEL. EVOLUÇÃO.
PESSOAS NOVAS, PENSAMENTO NOVO.
TECNOLOGIA!
UM MUNDO CADA VEZ MENOR.
PESSOAS VELHAS, VIDAS NO PASSADO.
LEMBRANÇAS, SAUDADES...
MORTE NO PRESENTE. EESQUECIMENTO NO FUTURO.
CONSCIÊNCIA, RELIGIÃO E FÉ... MEDO!
DESCONHECIDO, AMORES VÍVIDOS...
DESILUSÃO, PAIXÃO, DESEJOS CONTIDOS...
PROIBIDOS, ESCONDIDOS,
MULHER, HOMEM, VIDA...

sábado, 18 de setembro de 2010

As aparencias enganam!

Nós nos enganamos com as aparências? Somos levados a crer naquilo que nos parece ser e estigmatisamos nosso objeto/ pessoa. A partir de então, se nos parece desonesto é, e, também vale o contrário, ou seja, se nos parece honesto, não precisa se-lo de fato. Há momentos que imaginamos que alguém não é confiável, que só pensa em sexo e traição, não importa com quem e começa o inferno, perseguições e acusações com perigo real de agressões físicas. Tudo na imaginação gira em torno da ideia obsessiva de que estamos sendo traídos e que o mundo esta contra nós. Percorrendo pelo blog da Multiolhares, encontrei um poste que complementa o meu e assim copiei e deixo que suas letras digam, pois o ciume é uma doença universal.

Sexta-feira, 17 de Setembro de 2010

CIUMES
Há quem confunda o amor com posse, e teimam que quem sente ciúmes é a forma de mostrar o amor que sentem, infelizmente essa certeza não passa de puro delírio, o amor não faz sofrer, não magoa, não cobra, o ser inteligente aprende com o próprio sofrimento a dar valor aos pequenos momentos, e são esses pequenos momentos que solidificam o amor, na troca, na partilha, no companheirismo, no respeito pela individualidade do outro, o ciúme doentio vive nas personalidades frágeis. Shakespeare na sua obra o Mouro de Veneza conta a história de um homem –Otelo- que amava muito a sua esposa, mas convenceu-se da sua infidelidade e acaba por a matar, logo a seguir teve consciência da sua inocência, muitas pessoas tem o síndrome de Otelo, e alguns comportamentos passam por essa pessoa controlar a pessoa amada desde chamadas telefónicas, e-mails, ver bolsos, agendas, contas bancárias, cartões de credito, contratar detectives seguir a pessoa, implicar com as roupas que o outro escolhe, não gostar que essa pessoa tenha amizades até mesmo com a família ,enfim existem muitos exemplos , e essas mentes doentias acabam por minar as relações, pois quanto mais se quer agarrar mais depressa essas relações desgastadas vão sendo minadas e acabam, e no fundo esses seres também sofrem pois nas suas mente são gerados conflitos inexistentes mas que quase os leva á loucura.




segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Amarras que nos (põem) ou pomos!


Você já se sentiu preso, não fisicamente, mas algo que parece não ter explicação. Mas tem! As vezes nos amarramos a coisas imaginarias e penetramos no inferno arrastando outros conosco. Alguém imagina que esta sendo "traído/a" e começa a paranóia. Ligações a cada meia hora e para saber nada, apenas uma desculpa para vigiar, manter o contato, mas não ligar no telefone móvel, no fixo que exige tua presença naquele lugar para atender. Ou levar por "esquecimento" o documento do carro para que você não possa sair em horário que não se tem controle. Quantas vezes já levantaram no meio da madrugada para bisbilhotar em seu celular para saber para quem você ligou ou recebeu chamadas. Parece sonho de terror. E, por que fazemos isto? Insegurança, sentimento de posse, ou inveja de ver o outro feliz por motivo qualquer que você não entende e por isso deve boicotar? Assim como não recebi nenhuma resposta de quanto custa uma camisinha, talvez não encontre ninguém que possa responder por que das amarras?

sábado, 11 de setembro de 2010

O que lembrar?




Bomba atômica atirada em Hiroshima e Nagasaki. O efeito cogumelo é impressionante. Até hoje gerações sentem o efeito dessa bobagem praticada pelos EUA contra o Japão. Os EUA lançaram essa bomba quando a 2ª Guerra já estava praticamente vencida pelos Aliados. O motivo era dar um recado a URSS sobre seu poderio bélico.
1ª bomba atômica. No dia 6 de Agosto de 1945, Hiroshima no Japão recebeu uma bomba atômica. Às 8h15m17s ela foi lançada por um avião americano. A bomba explodiu a 617 metros do solo, sobre o centro da cidade. A temperatura chegou a 5,5 milhões de graus centígrados. Tudo o que se encontrava a 500 metros do epicentro da bomba foi incinerado. Quase ninguém sobreviveu num raio de 800 metros. Menos de uma hora depois da explosão, mais de 60 mil pessoas haviam morrido.
A explosão liberou enorme quantidade de radiação. Ao todo, morreram cerca de 300 mil em conseqüência direta do ataque. Quem não morreu queimado, sofreu mais tarde com os efeitos da radiação (queda dos cabelos e câncer são os mais comuns).
Três dias depois, em 9 de Agosto, a operação se repetiu em Nagasaki, na ilha de Kyushu, também no Japão. Quarenta mil habitantes da ilha morreram. Isso porque o terreno montanhoso protegeu o centro da cidade.


              Napalm, mistura explosiva de gasolina gelatinosa, Viet Nan, 1960/1975


                                  Afeganistão, Iraque, Irã, Coreia, Guatemala.... Palestina...

                                                        11 de Setembro de 2001
E agora vem um idiota qualquer querendo mostrar ao mundo que esta indiguinado e diz que queimará  o "CORÃO" em protesto.(Ainda bem que desistiu), mas deixou o cheiro de MERDA no ar. 
O que deveríamos queimar deles por cada bomba atirada mundo afora?

Inércia...

Por vezes tento sair da estagnação e mover-me em direção a qualquer lugar. Permaneço inerte, parado, sem movimento que me faça produzir alguma coisa. É muito difícil esboçar movimento quando se sente tolhido, vigiado e cobrado no menor esforço para deixar o torpor e agir. Cria-se uma barreira, um impedimento. Todas as forças estão reunidas e começa o movimento. Inércia é um estado em que se permanece até que algo faça mudar. Movimento...movimento...

domingo, 5 de setembro de 2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Quanto custa uma camisinha?

A testosterona é um "veneno" que controla o sistema nervoso masculino. Essa potente droga, quando associada a outra, a 'adrenalina', pode causar estragos irreparáveis em uma pessoa. A grande maioria perde o raciocínio e na ânsia de aliviar-se, esquece de tomar as precauções necessárias para evitar transtornos futuros como gravidez indesejadas e doenças venéreas.
Por serem drogas naturais e produzidas pelo próprio indivíduo, o risco de se tornar dependente é muito elevado. Temos conhecimento de grandes "viciados" que acabaram com suas carreiras de sucesso e perderam grandes fortunas ou simplesmente se transformaram em assassinos e perderam também a liberdade.
Não importa a classe social ou condiçaõ financeira, todos perdem o juízo quando estão sob efeito destas potentes drogas e se esquecem que um simples gesto evitaria maiores problemas:
usar uma camisinha.
Todos os dias vemos nos jornais e revista que um famoso é pai de uma criança aqui e acolá e eles sequer tinham conhecimento do fato. Quantos tiveram que assumir que numa noite qualquer, transaram com alguém que não se lembram e de repente se vêem frente a um juiz, submetendo-se a testes de DNA para provar mais uma paternidade.
Michael Douglas, conhecido pelo vício, assinou um termo pré-nupcial em favor da mulher, onde pagará uma pequena fortuna caso não se controle. Cristiano Ronaldo que tem aversão a "chupar bala com papel", assumiu um filho recentemente.
Pelé tem vários por aí, alguns reconhecidos; Roberto Carlos, o jogador, tem oito com cinco mulheres diferentes; Ronaldo, o fenomeno, que também tem alguns, esta fugindo de um teste para provar que é pai de mais um, com uma modelo nipo-brasileira.
São milhares de famosos em todo mundo e, ficaria por horas enumerando e não conseguiria, sem falar naqueles outros tantos desconhecidos que ajudam a superlotar as cadeias por falta de pagamento de pensão alimentícia.
Então a pergunta é: Quanto custa uma camisinha?
Embora aparentemente tenha usado, Tiger Woods teve um prejuízo enorme pelo uso compulsivo da associação das drogas em questão. Bill Clinton, além do escandaloso vexame, mundialmente conhecido, virou piada por toda parte. E, vemos por aqui, a catástrofe que fez na vida de Bruno, ex goleiro do Flamengo. Para não pagar pelo descuido, arrastou muitos outros para um crime brutal que além de tirar a vida de Elisa, custou a liberdade de todos e muito mais será gasto do que lhe custaria uma pensão.
Enquanto os homens não tomarem consciência do efeito que produz a testosterona em seu organismo e reconhecer que o único meio de evitar problemas futuros é usar a camisinha, pois não vão se abster, muitos testes de DNA serão feitos e muitas vagas serão necessárias nas cadeias para abrigar os devedores de pensões e tantos outros que para corrigir uma besteira, fazem outra maior e mais onerosa.
Então, alguém pode me responder:
Quanto custa uma camisinha?