Omar Talih


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sábado, 25 de junho de 2011

DEVANEIOS SOBRE A SOLIDÃO!

A solidão que sinto hoje, é diferente daquela que sentia tempos atrás. Esta é mais doída, cala fundo na alma. Hoje não é a presença de pessoas, sexo ou um abraço que aliviarão a dor e esta saudade de não sei o que. Antigamente, me sentia solitário, mas não só. Era uma solidão por vezes na multidão, outras  a dois depois do sexo, mesmo estando abraçado e sentindo o calor de um corpo suado. Com o passar do tempo, os amigos escassearam, envelheceram, tornaram-se avós, bisavós ou morreram, muitos ainda vivos. Hoje sinto uma solidão de sonhos, solidão de desejos. Parece que o mundo ficou maior e eu encolhi. Olho para a imensidão e vejo vazio onde antes havia conquistas. As lutas do passado quedaram inglórias, no futuro não há porque lutar. Não, não me sinto derrotado,  vencido, só a morte me vencerá. Sinto que cumpri minha missão,  sinto orgulho do que fiz. Não há arrependimentos, nem remorsos no passado. Há muito libertei meus esqueletos e queimei o armário. A solidão que sinto hoje é diferente. Talvez a liberdade e nenhuma amarra, sentimental ou material, tenha me pego de surpresa, não assustado, pois nunca temi a liberdade, suas consequencias e responsabilidades que vem junto com ela. Quem sabe esta vastidão que se abre  a minha frente me cause esta solidão por estar diante dela. Olho para os lados e vejo todos, absolutamente todos a minha volta presos a alguma coisa, a alguém, mesmo que tenha morrido ou tomado outros rumos. Hoje me olho no espelho e me vejo sem manchas, sem pecados, sem pudores, com os olhos límpidos e iluminados. Sinto que sou capaz de despertar desejos, de desejar, de amar tão profundamente quanto sempre amei. Sou capaz de entregar-me sem esperar recompensas. Para mim, este sentimento é uma via expressa de sentido único, mas infelizmente poucos trafegam por ela. A solidão que sinto hoje, quem sabe seja o despojamento de apegos, quem sabe a consciência que tudo e nada me pertença, quem sabe seja apenas a vida soprando em meus ouvidos... liberdade, liberdade... siga seus passos, liberdade... seja feliz!

sábado, 18 de junho de 2011

Textículos...

Não usar roupas novas sem antes lavar e passar. Jamais usar roupas retiradas do guarda roupas, principalmente as de baixo, sem antes passar, mesmo que tenha sido passadas antes de guarda-las. Essa foi sempre minha recomendação. Mas, nem sempre seguimos os conselhos que damos e, pagamos caro por isso. Há anos não uso cuecas.
Elas incomodam e machucam a vigília. Pior ainda quanto tentamos dormir com elas. Ao nos movermos na cama, elas apertam os "ovos" quase fazendo omelete e 'tucham' entre as bandas como um fio dental, numa tentativa de separa-las, provocando muitas vezes ferimentos no rego. Mesmo as tipo boxer causam desconforto. Enfim, roupas de baixo causam incomodos. Porém, quando se aproxima o inverno, o frio me obriga a usa-las para manter o ninho aquecido. Assim, num desses dias de temperaturas mais baixas, apanhei uma peça limpa na gaveta, pois o cheiro da outra não estava muito agradável. Nós homens, temos o mal hábito de usar a mesma cuecas e meias mais de uma vez antes de coloca-las para lavar. E, esquecendo-me de minha própria regra, por pura preguiça, vesti uma cuecas sem passar. Fiquei com ela o dia todo e quase no final da tarde, senti uma leve cocheira na região de baixo. Após o banho, um forte comichão tomou conta do ninho. Enfiei a mão e quanto mais coçava, mais tinha vontade de fazê-lo. Recorri a auto medicação e apliquei uma pomada anti-micótica. Durante algum tempo, sapateei, sambei e balancei o cacho com duas uvas itália.

 A coceira amenizou e consegui dormir protegendo a ninhada de qualquer mão ou pernas que tentassem toca-la. No outro dia, senti um volume maior que o normal e parecia que o ninho tinha sido invadido por um exército de formigas lavapés
A coceira era quase insuportável. Coloquei a mão e o ninho de "tico-tico" a que estava acostumado, parecia que tinha sido trocado por um de galinha. Levantei desesperado e fui ao banheiro, lavei com água gelada por uns 10 minutos, sequei bem e em desespero segurei a vontade de arrancar tudo com as unhas. Eram quase 6 horas da manhã. Então passou-me a ideia de usar uma pomada veterinária que uso para curar as feridas de meu gato. "Indicações: anti-inflamatória, anti-alérgica, anti-micótica". Besuntei toda a região e fiquei andando de um lado para outro, com as pernas abertas para ventilar o ambiente. Estava só com uma camisa e uma blusa. Parecia uma pessoa que nunca havia montado em um cavalo e tinha passado a noite cavalgando em pelo. As horas passaram, a mulher foi trabalhar e eu nada conseguia fazer. A tarde, depois do banho, repeti a operação de aplicação de pomada do gatinho. Quando a mulher chegou, mostrei para ela, pedindo que olhasse se havia algum bichinho ali; um carrapato, micuim, etc. Quando ela viu o pacote assustou-se.
__ Que que é isso? Parece um coco seco!
Ela examinou incrédula. __ O que aconteceu?

__ Acho que algum bichinho me picou.
__ Você tem que ir ao médico.
Sentindo a necessidade de procurar um profissional, com um coco da Bahia pendurado entre as pernas, deixei-me levar mais uma vez pela preguiça e nenhuma vontade de ir a um hospital durante a noite. É terrível, saímos mais doentes do que entramos e a espera é um martírio. Só em ultimo caso vou ao posto saúde.
__ Amanhã, se não melhorar, eu vou.
Não foi uma noite fácil. Dormi com as pernas abertas e mal podia me mover na cama. Amanheceu. Cinco e meia. Fui ao banheiro e lavei novamente com água gelada. Parece que a temperatura a quase zero, despertava os "invasores" e provocava insuportável coceira. Peguei um outro remédio, também do gatinho, em 'spray' e jateei abundantemente o coco seco. Comecei novamente o ritual da dança para refrigeração. Após algum tempo, alivio. Voltei para a cama e mal havia me deitado a mulher me chama.
__ Nada de dormir. Você vai ao médico.
Relutei um pouco e sai da cama. Fui ao postinho que fica bem perto de casa e após alguns minutos na fila, cheguei ao guiche.
__Eu preciso de uma consulta. É que um bichinho me picou em um lugar desagradável e esta inchado.
__ Não temos mais consultas do dia, só as agendadas. Você tem que ir ao Pronto Atendimento.
__E onde tem um?
__ No centro!
E entregou-me um papel com vários endereços, três para ser exato. Mas, todos eles um tanto longe para mim. Já estive em um deles e não gostei do que vi. Para cada pessoa que olhava e via seu desespero, me sentia culpado por estar ali e tomar o tempo dos médicos que poderiam ajudar outros em piores condições. Voltei para casa meio desiludido e no caminho me lembrei de uma pomada específica para alergias a picadas de insetos. Fui a farmácia e recorri novamente a auto-medicação. Então, antes de aplicar o produto, com uma tesourinha, depenei o "coco". De nada adiantaria passar remédio nos pelos. Não economizei na dose. Poucos minutos depois o alívio. Percebi no correr do dia , que o ovo de peru de antes, agora já tinha o tamanho de um ovo de galinha extra grande, começava a desinchar.
Há nessa quase tragédia algumas lições a tirar:
1º- Nunca, jamais use roupas novas sem antes lavar e passar.
2º- Nunca, jamais use roupas diretamente do armário sem passa-las, mesmo que tenha sido passadas antes de guarda-las.
3º- Nunca, jamais faça experiência com remédios em si ou nos outros.
4º- Procure sempre um médico. Ele sabe o que receitar e a cura é mais rápida e menos dolorido que passar algumas horas numa fila de hospital.
Creio que desta vez dei sorte e embora ainda não possa ver  o cachinho com duas uvas, sinto que o avestruz deixou o ninho.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Falta de inspiração?

Há vários dias não consigo passar para o papel o que vai no pensamento. Será falta de inspiração? Acredito que não. Assuntos há aos montes e a poesia não acaba, adormece as vezes. Estou procurando uma razão para o travamento. Embora as ideias fluam com facilidade, parece que ficou um pouco difícil transpor para o papel. Sobre o que escrever? Amor, sexo,vida, violência, morte... o mundo. Parece que tudo perdeu o sentido, mas não é verdade. É, embora haja sempre dia e noite, também temos eclipses e assim como eles, espero que seja passageiro.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Caixas eletronicos.

Tem aumentado muito o numero de roubos a caixas eletronicos e no meio do falatório que se segue a ação do bandido, pouca tem sido as ações dos "órgãos competentes" para solucionar tais atos. Há sempre sugestões de se tirar o equipamento dos estabelecimentos comerciais em detrimento ao conforto que eles trazem aos usuários. Pede se que as polícias sejam mais atuantes, mas vemos que o envolvimento de policiais nesses crimes tem crescido e quem deveria dar segurança passa a ser visto com desconfiança.  Porém, para não cair no mesmismo de sempre e apenas argumentar, pensei em algumas providências simples, mas que amenizaria a questão. Com pouco investimento e utilizando se de materiais disponíveis no mercado é possível senão acabar, com certeza inibir a ação: Instalar no local onde estão os caixas um sensor de impacto que aciona um alarme sonoro alertando que esta ocorrendo um assalto. Junto disto, também instalar um sensor de incêndio que dispara um alarme também sonoro e aspergi agua no ambiente em abundância impedindo que qualquer coisa seja acesa ali, fósforo, isqueiro, etc. É simples e não custa muito.