Omar Talih


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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Consciência...ou não!

     Há dias havia escrito um texto que relutava em publica-lo. Parecia mais uma reclamação, um lamento do que uma reflexão filosófica, entretanto, a morte do carnavalesco Joãozinho Trinta e do ator Sergio Brito, me levaram a repensar o relato.                            Inicialmente, analisava o envelhecimento e a solidão a que todos estamos sujeitos com o avançar dos anos. Tudo começou com uma reportagem com a cantora Vanusa que tem esquecido as letras das canções , mesmo aquelas que canta em todos os 'shows' que faz. Segundo ela, isto se deve a solidão e afastamento das pessoas, além da depressão. Infelizmente ela virou motivo de chacota, mas não é a única nesta situação. Todos os dias vemos pessoas desesperadas com o envelhecimento que é implacável. A situação é mais penosa para quem vive uma fantasia, quase um conto de fadas, como é o caso de artistas, cantores e atores que imaginaram que o sucesso seria para sempre e que o dinheiro não acabaria nunca. Porém, isto não é privilégio daqueles que vivem da imagem, da voz, do futebol, e outros meios. Pessoas comuns também passam por isso. E, não há diferença na vida que levaram, guardadas as devidas proporções, no esbanjamento, gastos com futilidades, e auto-envenenamento com álcool e drogas, lícitas ou não e nenhum cuidado com a saúde. A vida não é doce e cor de rosa como imaginaram, nem há pessoas especiais que viverão eternamente jovens. Somos finitos e embora mais longevos nos dias de hoje, não temos nenhuma vantagem com os anos que vivemos a mais. Até pouco tempo atrás, não conhecíamos doenças que são exclusivas da velhice, (Alzheimer, Parkinson, osteoporose, etc.), pois não vivíamos o suficiente para sabermos da existência delas. Sem falar na lapidação dos patrimônio familiar. A vida é assim; nascemos, crescemos, procriamos, envelhecemos e morremos. É o ciclo natural. Hoje vivemos mais, mas perdemos a noção de espaço físico com a evolução tecnológica e embora seja muito mais fácil contatar pessoas em quaisquer partes do mundo, o fazemos na solidão de uma tela de computador. Somos compelidos a consumir e aparentar juventude sempre. Pura ilusão. Não podemos vencer o tempo que nos empurra para o fim. Um dia quem sabe todos viverão mais de cem anos, mas qual será o preço? Solidão, doenças da velhice, dependência da ajuda de terceiros, enterrados vivos numa casa de "repouso" esperando a morte chegar e sonhando com visitas que dificilmente virão. Como disse no começo, não estou lamentando. Não nasci para semente e poupei para esse tempo que faz parte da existência de todos, sejam ricos, pobres, famosos ou simples mortais iguais a mim.    

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