Omar Talih


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sábado, 22 de junho de 2013

Uma juventude que nunca dormiu, sai as ruas.

No início dos anos 80 quando ao longe se via o fim da ditadura militar, houve levantes populares; dos metalúrgicos, estudantes e intelectualidade da época. Havia, como há hoje, pessoas a serviço do poder. Os "infiltrados" no movimento tinham a missão de desvirtuar as reivindicações, provocar brigas, baderna e destruir bens públicos e privados. Naquela época, os jornais e TVs mostravam "os vândalos, terroristas e comunistas" que depredavam e atiravam coisas na 'ordeira polícia militar' que apenas reagia a "injusta agressão", prendendo, espancando e mutilando quem estivesse ao alcance dos cassetetes, cavalos e cães. Muitos foram presos, torturados e assassinados nos porões da repressão.
Me lembro de algumas figuras que se destacaram, não por lutarem com o povo pela democratização do país, mas por se dizerem líderes do movimento e levar as glórias de uma luta que não participaram. Muitos se beneficiaram com o regime autoritário e ajudaram a garantir que os torturadores e assassinos não seriam punidos. Foram aos poucos tecendo a "Anistia" que tinha como objetivo evitar que os ditadores e os que  ajudaram a manter o regime e se beneficiaram dele, fossem levados a julgamento e condenados pelos crimes cometidos. Como resultado, vemos hoje, a comissão da verdade que pode fazer absolutamente nada.
Durante a greve dos metalúrgicos de São Bernardo, havia um sindicalista que era contra a greve e subiu ao palanque para dizer que aceitava o que o patronado oferecia, mas os milhares de trabalhadores ali reunidos gritavam "Greve, greve, greve" e arrastado pela multidão, nasceu um simbolo das lutas populares pela democratização do Brasil. O líder sindical, pelego, foi levado, contra sua vontade a liderar o movimento que apesar da repressão, ficou 40 dias em greve. A partir dai, nasceu o PT e a CUT. Naturalmente, houve contra-ataque dos governantes e financiados por empresários, foi fundada a Força Sindical, pelo senhor Antonio Medeiros, com a missão de ser um contra ponto as manifestações e aceitar o que propunha o patronado. Também financiaram a tomada da UNE, UBES e outras entidades estudantis tão importantes nas lutas populares, transformando-as em meras academias à serviço de interesses privados. Se perguntarmos onde estão eles nos movimentos atuais, não teremos respostas. Mas acredito que o maior erro cometido pelos políticos em geral, independente de partidos, foi tirarem a válvula de escape que representavam as organizações estudantis e de trabalhadores. 
Sabemos também que ao chegar ao poder, o PT expulsou aqueles que ajudaram a remar e levar o barco até onde deveria, permitindo que "ratazanas" que viveram escondidas durante os anos mais duros, tomassem o leme e nos levassem onde nos encontramos hoje; sucateamento dos serviços públicos, saúde, educação, segurança, transportes, aviação tanto civil quanto militar, portos, etc, abrindo espaço para a corrupção, roubalheira e desmandos.
A juventude que foi deixada de lado, mostrou que nunca esteve dormindo e que como demonstrou, sabe exatamente o que quer. E, felizmente não permitirá que velhas raposas cheguem para a foto da obra acabada, como sempre fizeram.
Na minha opinião, é chegado o momento dessa gente que saiu as ruas, enfrentou a truculência de uma polícia despreparada para os tempos atuais, tomar o que é seu por direito: Um país melhor para todos, onde os corruptos são punidos e políticos sejam de fato um servidor, não um profissional da roubalheira, descaso e perpetuação no poder. 

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