Omar Talih


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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Evolução


Um dia o criador resolveu fazer uma obra de arte. Apanhou um punhado de argila e modelou. Terminado o trabalho, admirou-o e satisfeito colocou-me no mundo. NASCI. O tempo passou e ele vendo quão belo estava sua obra, resolveu que faria uma cópia. Mas não havia matriz, nem forma. Era único.
Muitos foram criados, uns piores, nenhum igual, melhores impossível.
Após varias tentativas infrutíferas e tomado de ira, para aplacar a frustração, Ele criou Gisele. Despejou ali sua raiva e atirou-a ao mundo. Bela, perfeita, toda "Bundchen" nas passarelas.



Agradeço a Ele pela Gisele, mas se tiver de escolher, entre ela e Eu, ficarei sem pensar comigo, pois sei que sem ela consigo sobreviver mas, sem mim, não viveria um segundo sequer.




domingo, 22 de fevereiro de 2009

Amor de Gente Grande

Amor de corpo inteiro.
Um amor que transcende, transpira, transborda. Amor com mãos e pés.
Com dedos, braços, pernas, barriga, pele e abraços.
Um amor que surpreende, sem nada inventar, sem precisar exagerar, sem ter que sempre entender.
Simplesmente ser... preencher, existir.
Amor que não investiga, que não desconfia, que não acusa.
Amor de palavras, mas também de silencio.
Um silencio que aquieta o coração, que acaricia a alma e alivia as dores!
Amor que esvazia, que abre espaço, que permite.
Amor sem regras, sem pressa, sem chantagens.
Amor que faz crescer.
Amor de gente grande, de coração gigante, de alma transparente.
Amor que permanece.
De mim para mim, de mim para você, de você para mim.
Amor que invade respeitando, que adentra acariciando, que ocupa com leveza.
Amor sem ego.
Que acolhe, perdoa, reconhece.
Amor que desconhece para conhecer, que nunca lembra porque não esquece!
Amor que é ... assim, sem mais nem menos, sem eira nem beira, sem quê nem porque. Simplesmente simples, despretensioso, descontraido, desmedido.
De uma simplicidade tão óbvia que arrasta, que envolve, que derrete.
De uma fluidez tão liquida que escorre, desliza, que não endurece.
Amor que não se pede, que não se dá, porque já é!
Para nunca precisar procurar, para nunca correr o risco de encontrar, porque já está!!!
E o que quer que ainda possa surgir... bobagem!
Apenas crescimento e aprendizagem...
Volta para casa, não se vá!
Fique, permita-se, entregue-se, comprometa-se!
Simplesmente amor... Você consegue?!?

(texto do livro " Faça o Amor Valer a Pena " de Rosana Braga).

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Criacionismo, Madrassas e a Evolução

Porque nós, num planetinha insignificante no espaço infinito seriamos tão especiais?
Qual a razão para sermos o centro do universo e a imagem e semelhança de Deus?
A única diferença em uma espécie qualquer e o humano é a capacidade de pensar e usar o raciocínio de uma forma que não temos conhecimento em outros animais.
Se tudo foi criado por um ser superior, um arquiteto, por que vivemos tantos séculos nas escuras?
Se não somos apenas a evolução através dos tempos e a adaptação pela cultura e transformação, o que somos?
Crias de um deus vingativo e que permite que os seus semelhantes sejam tão intolerantes com seus iguais, gananciosos e capazes de sujar a água que lhes dá vida com excrementos de toda espécie, que envenena o alimento que dá a seus filhos e que é capaz de apedrejar um igual que foi pego cometendo os mesmos crimes que ele comete as escondidas.
Se somos apenas criaturas de um tempo tão curto, pouco mais de quatro mil anos, onde estavam os chineses, os egípcios japoneses com sua cultura milenar?
Analisando o Criacionismo atual, pouca diferença há nos ensinamentos nas Madrassas espalhadas pelo mundo islâmico. Há diferenças! Gritarão muitos. Sim, há, mas somente até onde os interesses entram em conflito.
Se disser que estamos próximos de uma guerra entre crenças e religiões, diria que não.
Nós já estamos em guerra há muito tempo: Judeus e Palestinos, cristãos e muçulmanos, protestantes e católicos.
Analisando a história de nossa passagem por este planeta, privilegiado, é verdade, vemos o surgimento e extinção de tantas civilizações, animais e plantas que sequer imaginamos tenham existido.
Na verdade somos apenas egoístas e mesquinhos, amedrontados com a possibilidade da NÃO existência de um deus todo poderoso, benevolente com seus seguidores e implacável e violento com os outros, mesmo tendo sido feitos sua imagem e semelhança.
Temos medo das coisas que não compreendemos e não aceitamos que outros busquem a verdade e coloque em dúvidas superstições cómodas e que nos mantém seguros em nossas crendices.
Somos a Evolução pura. Olhemos para os vírus e bactérias que se adaptam a cada novo remédio(droga) para combate-los.E nós mesmos? Quanto evoluímos e nos adaptamos as intempéries. Mesmo nossas feições mudaram nesses séculos todos.
Se fossemos simplesmente uma criação, estaríamos prontos, não faríamos tantas guerras , não destruiríamos nosso planeta, centro do universo e chato com bordas que nos arremetem a precipícios infinitos.
Talvez tudo isso seja por temermos a morte, que nos torna finitos e impotentes diante de sua eternidade.
Criacionismo, Madrassas e Evolução. São apenas componentes de uma química que nos faz tão humanos, falíveis, cheios de defeitos e capazes de matar e destruir tudo a nossa volta para impor nossa verdade e manter os privilégios que a acompanha.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Don Sebastian



Durante muitos anos, tive um serviçal, um ajudante que fazia tudo, um escravo, mas eu não o tratava assim. Éramos amigos e tinha por ele um amor e respeito quase tão grande quanto o que ele tinha por mim.
Tudo que precisava ser feito eu o chamava:
__ Nêgo tião, vem cá!
Ele prontamente surgia como que por encanto.
__ Sim sinhô, cá estô. Que posso fazê pelo meu amo?

__ Preciso de um serviço de pedreiro.
__ É prá já. Cadê o materiá?
__ Tá tudo aqui! Respondia, indicando um monte de sobras de outras construções.
__ Mas, meu sinhô, o que os patrão vai dizê do sinhô ter usado essas sobras?
__ Deixa comigo, tião. Com eles eu me entendo.
E era sempre assim. Ele cumpria as minhas ordens, fazia o melhor que podia com o material que eu lhe dava. E ele tinha razão. Daí a pouco chegava a patroa e os filhos e começava a discórdia.
__ Quem foi que fez essa merda aqui? Está um lixo!
__ Eu mandei o tião fazer! É culpa minha.
__ Vocês só fazem coisas erradas. Olhem para esta casa! Está cheia de remendos, coisas por terminar, tudo mal feito!
__ Nós fizemos o melhor com o que tínhamos.
__ Cagada... não tenho outra palavra. Se esse negro fosse meu escravo... ah se fosse meu!
E assim foi por muito tempo.
Um dia , chamei o tião.
__ Senta aqui, tião, vamos conversar!
__ Dá licença, sinhô.
__ Senta aí, disse eu com os olhos querendo marear e um aperto no coração.
__ Quantos anos faz que está comigo?
__ Não me lembro, sinhô, mais acho que faiz mais de trinta.
__ Quanto tempo meu velho!!! Qual era a sua idade quando veio pela primeira vez?
__ Sei não, mas devia tê uns sessenta e cinco mais ou menos.
__65?!! Então com os 30 que esta comigo... são quase 100 anos!!
__ Parece muito tempo, não é?
__ Meu querido velho! Disse-lhe eu, aproximando-me e aconchegando-me mais em seus braços que propriamente abraçando-o. Para mim, tião, tinha sido um companheiro fiel, prestativo, incansável e sempre pronto para obedecer minhas ordens, não importava o que fosse, nem a hora. Sempre estava a meu lado e me defendia como se filho seu fosse.
__ Meu amigo! Quanta luta e sempre com razão me dizia que iriam reclamar, mas nunca deixou de fazer o que lhe pedi.
__ O sinhô foi o melhó amo que já tive! Outros não assumiam a culpa. Quantas chibatadas levei sem nem saber porque! E as sinhazinhas que se zangavam por qualquer coisa e me mandava pro tronco!
__ Pelourinho, tião? Você foi surrado?
__ Do que o sinhô acha que são essas marcas? Não foram feitas nas muitas bataias que lutei!
__ Você lutou em alguma guerra?
__ Muitas. Vi muita gente morrer...
__ Sabe, meu bom homem, hoje vou liberta-lo de uma vez. Dar-te-ei a Carta de Auforria.
__ Mas sinhô! Tem muita coisa prá fazê.
__ Já é hora de descansar, meu velho. Respondi, virando-me para o lado e gritando:
__ Oh dona amélia, vem cá.
Dona amélia era minha cozinheira e quituteira predileta. Fazia os melhores pratos caseiros que já experimentei, os melhores pães e doces que já entraram em minha casa.
__ Senta aqui,venha conversar com a gente.
__ Mas sinhô, tenho muito serviço prá fazê.
__ Eu sei... eu sei! Há quanto tempo esta comigo?
__ Num sei não, mais quando o tião chegou, eu já tava aqui faiz tempo. Acho que foi logo que o sinhô nasceu.
__ Meu pai!!! Então qual a sua idade?
__ Acho que passei dos cem!
__ É hora e descansar! Vou lhe dar Auforria.
Ela levantou-se, tirou o avental, colocou-o sobre o braço da cadeira e aproximou-se de mim.
__ Eu nunca fui sua escrava, meu sinhô. Se cuidei do sinhô esses anos todos, foi pruque eu o amo mais do que a mim mesma!
Meus olhos encheram-se de lágrimas. Ela tomou-me nos braços, beijou-me a face, apanhou a carta que eu tinha nas mãos e saiu sem mais uma palavra. Dirigiu-se para a cozinha e queimou o papel, em seguida saiu e nunca mais a vi.
O velho tião permaneceu calado. Eu não sabia o que dizer.
__ Oia, sinhô, se quisé ainda posso aguentar muitos anos!
__ Minha divida com vocês não poderei pagar nunca! Acho que nesses anos todos o escravo fui eu. Sempre dependente, frágil e buscando abrigo e proteção em seus braços. Me perdoa! Se puder me perdoa! Disse-lhe quase em prantos.
__ Nada há para ser perdoado, sinhô. Por certo já lutamos muitas batalhas... mas depois que atravessar, derrubo a ponte.
Por um instante não entendi o que ele dizia.
Apanhou a carta, enrolou-a fazendo um canudo e colocou-a no bolso da camisa. Abraçou-me forte e por um longo tempo. Olhou-me dentro dos olhos e pude ver que os seus também estavam mareados. Nada mais disse. Saiu e foi para seu quarto, vestiu a armadura, apanhou o escudo e arrastando sua lança com desdém, montou em seu cavalo e partiu.
Hoje, olhando para trás, vejo-os nas lembranças. Sinto uma profunda saudade, mas por mais que eu os chame não os vejo em canto nenhum. É, ele derrubou a ponte. Segui seu caminho.
Um dia também terei que atravessa-la. Espero estar preparado para derrubar a minha ponte atrás de mim.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Sobre amizades














Quando assumimos que seremos amigos verdadeiros de uma pessoa, esperamos que nossa presença e dedicação desperte uma sensação de segurança e haja reciprocidade na amizade.
Parece que mesmo as mais intensas e dedicadas acabam caindo na monotonia que mata os sonhos e desencadeia a desagregação de uniões, sejam elas com objetivos matrimoniais, religiosos, comercial ou outro qualquer.
A monotonia é perniciosa e cansativa. Tudo acaba sendo envolvido por ela e é corroído aos poucos. Muitas vezes o descuido leva a monotonia que terá como consequência o abandono.
Quando chegamos ao estágio de abandono, estamos diante da estagnação e da falta de criatividade para impulsionar novamente as ações que nos tiraria da monotonia.
Os motivos que levam a isto é invariávelmente a expectativa de uma das partes ou ambas no que terão a partir deste começo, quase sempre baseado no que acreditamos ver e não no que realmente vê.
Como no dito popular:
"A grama do vizinho , vista por cima do muro, parece mais verde que a nossa".
Parece aos nossos olhos, mas nos esquecemos que o vizinho ao olhar também tem essa impressão. Deveríamos ser menos exigentes com nossas amizades e saber que os outros também, assim coo nós, são cheios de defeitos e qualidades.
Se olhássemos mais no espelho e realmente víssemos o que se reflete e não aquilo que gostaríamos, talvez as amizades seriam mais duradouras e com maior benefício para os envolvidos.
Descuido, monotonia e abandono podem ser evitados com a simples aceitação da falibilidade do outro e no real dimensionamento daquilo que esperamos das amizades.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Amizade=Simbiose

Durante nossa vida buscamos encontrar amizades e nos preocupamos em conserva-las.As amizades deveriam ser pautadas pela simbiose; os envolvidos se beneficiam mutuamente e se fortalecem com o passar do tempo.Um relacionamento deve servir de base de apoio nos momentos de apuros e é por isso que conhecemos os verdadeiros amigos nas horas de grandes dificuldades.Afinal amizade é troca, é doar-se quando o outro precisa e ter certeza de encontrar quando necessitar, sem cobranças, sem lembrar ao outro o que já fez por ele em nome da velha amizade.Infelizmente, as amizades são postas a prova muitas vezes em seu percurso e na maioria, elas se mostram frágeis, com um dos lados querendo apenas se beneficiar de tudo que uma amizade pode proporcionar. Muitos confundem amizade com parasitismo onde só o parasita tem a ganhar. Assim nos tornamos a base de sustentação para alguém e sem medir esforços nos colocamos a disposição e mesmo sabendo que teremos grande prejuízo pessoal, nos dedicamos até que o amigo necessitado se restabeleça e possa andar comas próprias pernas novamente. Acontece porém que muitas pessoas se aproveitam da situação e se eternizam como vítimas, sugando o máximo daqueles que as amparam.A amizade pode ser colorida, confidencial, cheia de segredos se for baseada na confiança mútua e na entrega sem medos nem remorsos, sem ciúmes, sentimentos de posse que demonstram fraqueza.Ser amigo é saber ouvir e se calar no momento certo. É sentir a saudade queimar o peito, mas respeitar o silêncio e afastamento do outro pois, um dia também precisaremos ficar solitários com nossos pensamentos.Amizade é igual a simbiose: Ambos necesssitam para viver e dar vida, ensinar e aprender, resgatar e ser resgatado nas dificuldades. Ajudar a encontrar o caminho e tornar a jornada mais agradável.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Escolhas

A vida é como uma grande festa. Somos convidados de honra e participamos dela queiramos ou não. Durante o tempo que aqui permanecemos, um garçon, a vida, passa nos oferecendo coisas em sua bandeja. Somos livres para pegar ou não o que ela nos oferece e saborear seja doce ou amargo. Se nada pegamos, o garçon continua a oferecer para os outros convivas e pode ser que não volte mais a nos ofertar aquele prato. Muitas vezes nos arrependemos de não te-lo aceito no momento certo e ficamos em vão torcendo para que ele volte. Outras vezes ficamos tão afoitos com a aparência de uma iguaria que a devoramos com avidez e depois temos uma tremenda dor de estômago. Exemplos:Alguém nos convida para um passeio e negamos, por qualquer razão que seja e depois ficamos com aquele ar de arrependimento por não te-lo aceito. Noutras, ficamos tão encantados com a companhia que nos é oferecida e sem olhar direito nos entregamos a uma gravidez indesejada ou a uma doença venérea.A vida é assim, cheia de escolhas. Queiramos ou não temos de fazê-las e saborear seu sabores amargos muitas vezes e de longa duração, doces no principio e se deterioram com o tempo. As escolhas são em geral fáceis de se fazer, o problema é que não conhecemos o conteúdo do objeto escolhido até que não possamos mais nos livrar dele com facilidade, veja o preço que pagou a menina Eloá numa escolha mal feita, mas felizmente há exemplos de escolhas bem sucedidas; Martinho da Vila que começou a namorar uma garota de 16 e ele tinha 49. Deu certo, rendeu muitos poemas e músicas de sucesso, hoje eles tem 8 filhos e são tão apaixonados um pelo outro que parece um conto de fadas. Ela o escolheu.
Felizmente, durante a festa temos muitas escolhas a fazer. Podemos com o tempo e experiência, recuperar o caminho e saborear sabores mais agradáveis ou continuar escolhendo coisas que nos farão pagar caro quando a festa estiver acabando para nós, pois para os outros ela continua.
Assim, somos responsáveis pelas nossas escolhas, boas ou más e delas nos alimentaremos até o dia que seremos convidados a nos retirar para a eternidade do mundo dos mortos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Blogs... (não) recomendáveis.

Outro dia uma amiga recomendou-me ver um blog legal, RUBEN ESQ, no qual se via uma grande obra em forma de desenhos de mulheres GORDAS em situações sensuais. Os desenhos são lindos de uma sensibilidade invejável, mas analisando mais a fundo e indo para os links sugeridos, vemos que não é tão inocente assim. Ele nos leva a muitos sites pornográficos com mulheres GORDAS. Não que isto me cause qualquer tipo de indignação, afinal eu, como muitos outros homens e mulheres acessamos sites adultos com conteúdo nem sempre recomendável. O que me deixou um pouco na dúvida, foi o uso deste site, que a primeira vista nos quer mostrar apenas a arte e tem por trás um objetivo diferente. Naturalmente, sou contra a censura de quaisquer tipos de informação ou publicação na Internet. A censura é perniciosa e invariavelmente faz mais mal a cultura que qualquer conteúdo existente em um site. Cabe a cada um julgar até onde seu bom censo lhe permite ir. Par tirar dúvidas visite; rubenesq.blogspot.com

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Reféns e Cumplices.

Hoje em dia, todo cidadão sente-se refém e vive trancado em suas casas, cercados de grades, alarmes, cães e vigilancia particular. É a geração do medo.A insergurança é uma " companheira" indejada, porém não nos abandona, é fiel e esta em todos os lugares. Nos shoppings, nas ruas, nas igrejas, no transito, enfim em todo lugar onde possamos estar. Mas por que chegamos a este ponto? Quem é o responsavel ou responsáveis por esse caos, essa tragedia que nos abate e nos faz prisioneiros em nossos lares?Antes de tentarmos responder ou buscar culpados para serm sacrificados, temos q2ue analisar que alguns fatos saõ as raizes da questão: IMPUNIDADE e CORRUPÇÃO. a CERTEZA da IMPUNIDADE leva a CORRUPÇÃO ATIVA e PASSIVA.Mas a questão é: Quem é o responsavel por meu filho estar em PRISÃO DOMICILIAR e com a LIBERDADE VIGIADA, se ele não cometeu nenhum crime?Uma analise fria sobre o assunto e olhando-me no espelho, vejo o culpado: Eu, cidadão comum, homem de bem, sou o culpado. Sou cumplice e refém da violencia, da corrupção e da impunidade que me violenta e aprisiona a mim e a minha familia. Sou cumplice quando me omito nas questões sociais e não participo de nenhuma decisão na comunidade, na escola de meus filhos... Sou cumplice quando elejo os " Malufs, Pittas e Collors". Sou cumplice quando dou meu voto aos " Politicos" que nomearão os Nicolaus, qe nos roubam descaradamente, as Jorginas que grassam pelas repartições publicas ou os juizes que vendem "favores" usando de um poder que eu próprio dei eles.Sou cumplice e sou culpado quando voto no que rouba mas faz e me nego a participar da vida politica. Sou cumplice quando digo que sou apolitico e apartidario. Quando vendo meu voto por um churrasco ou a promessa de emprego.As vezes olho para trás e vejo o rastro deixado, marcando e apontando minha cumplicidade em tudo isto. Omiti-me quando o PELÉ ao fazer o milésimo gol pediu para olhar pelos meninos de rua. Vejo que ele tinha razão, entretanto esbravejei, roguei pragas e fiquei quase roxo de raiva quando ele, Pelé, disse que eu não sabia votar. Muitos dos corruptos que eleji posteriormente, sairam em minha defesa e eu os aplaudi, dei-lhes o poder que queriam e tornei-me prisioneiro de minha própria vasidade e ignorancia.Olhando-me ali diante do espelho, vi-me na "Marcha com Deus pelas liberdade", aplaudindo o Governo Militar, o Esquadrão da Morte, o milagre brasileiro, compra da LIGHT que já era nossa, as usinas nucleares que devoraram bilhões de dolares, a falencia da saude e do ensino publico. Vi-me calado diante das injustiças e fui massa de manobra de tantos politicos corruptos que não sei o que sou: Vitima ou culpado pela violencia, pelos presidios super lotados com nossa juventude; a idade media da população carceraria é 25 anos.Hoje, estarrecido, aterrorizado com o PCC e pelo crime organizado, vejo velhas raposas mostrando suas Honestas caras na televisão se ploclamando os salvadores da patria, os donosda verdade e da moral, as igrejas se omitindo ou mantendo o "Rebanho" passivo enquanto o lobo as devora ou dividindo-os como já fizeram antes,pedindo que as ovelhas sejam sacrificadas aos poucos pois podem se assutar e reagir, ou ainda com medo de perder o rebanho saem em timida defesa. E assim vamos caminhando.Vejo com certo pesar que uma nuvem se forma sobre meus olhos e o esquecimento começa a se apossar de meu corpo. Sei que novamente votarei nas promessas, que serei contra as greves de quem quer que seja, mesmo sendo justa, pois serei beneficiado pelos resltados e não serei chamado de grevista, comunista e desordeiro. Serei contra o MST, contra o PT, porque o lula é o culpado pelas greves e pelo desemprego, não os maus governantes e os politicos corruptos ou oempresario inescrupuloso que sonega impostos e só ve lucros. Serei um honrado cidadão, um "Operario Padrão", apoiarei a entrega de todos os bens do pais em privatizações e aplaudirei de pé quando vir os mesmos em palanques me contando e prometendo as mesmas mentiras, afinal do que reclamarei se a escola publica tiver qualidade, se a saude e o saneamento funcionarem, se não houver filas. já estou tãoacostumado com isso que me sentiria desconfortável se fosse de outro jeito. Si que não me sentiria bem sem as grades que cercam minha casa, sem os alarmes no carro, sem a vigilancia nas ruas, sem meus cães no quintal. Como sentiria falta do governo militar se o civil desse certo?Ainda diante do espelho, vejo-me envolto em espessa nuvem e digo a mim mesmo: Sou vitima. Mas porque lamentar. Tenho a novela das oito para me distrair, os telejornais me manter informado, os shows do milhão que enriquecem minha cultura e os shows do Mallandro, do Ratinho, do Gilberto do Raul para me divertir. Tenho até os Casos de Familia, as Marcias para discutir quaisquer baixarias que ocorram em minha vida.Cumplice Eu???Sou apenas um cidadão honesto, apolitico e apartidario que vai as igrejas, dá seu dizimo e paga seus imposto...Todos eles.