Há dias que tento, em vão, escrever, desenhar ou mesmo colar uma foto e atualizar meu blog.
Um torpor tem dominado minha mente e as ações estão mais lentas. Parece que algo tão fácil como escrever ou desenhar perdeu o sentido e poucas coisas tem me feito sair desse ostracismo que nada produz. O trabalho não tem rendido o esperado, os desejos estão contidos e a inspiração adormeceu. Conversando com um velho amigo, um mago, sábio, pedi-lhe alguns conselhos, pois não me agrada ver-me tão parado e incapaz de um movimento que colocaria a maquina para funcionar. Perguntou-me ele:
__ O que voce está sentindo?
__ Não sei direito, respondi.
__ Hum...! Mas há um motivo... voce deve saber...
__Talvez... É que as vezes sinto um queimar de estomago, um grande aperto no coração, e uma tontura, como se tivesse levado uma pancada na cabeça.
__ Paixão! Sentenciou ele sem olhar para mim.
__ Como assim? Perguntei com ar de espanto.
__ Há alguém que lhe provoca esses sentimentos...
__ Voce esta perguntando ou afirmando ?
__ Estou dizendo que são sintomas tipicos de amor, paixão...
__ Amizade? Perguntei. __ Pode ser saudade de um amigo... uma amiga ou o desejo de fazer um punhado de coisas que a vida não me permitiu ?
__ Não permitiu, virgula, voce não se permitiu. Como vê, voce sabe a resposta.
__ Creio que tenha a ver com magia, indaguei.
__ O que voce tem feito em relação a isto ?
__ Muito pouco... tenho sido negligente...
__ Então vá se reconciliar consigo mesmo, com sua natureza magica, com seus encantamentos e com seu coração.
__ E se for amor ? Tem cura ?
__ Para tudo tem remédio... Mas todo medicamento tem efeitos colaterais... Voce deve pesar se vale a pena fazer qualquer coisa para estancar um ferimento provocado por sentimentos que as vezes pensamos não deveriamos ter.
__ O que faço então ?
__ Nada.
__ Como assim?
__ Se voce ficar com medo de seus sentimentos e desejos, fará um mal maior dentro de si. Afinal, do que tem medo ?
__ Não sei... Talvez de magoar pessoas, me ferir...
__ Valeu a pena ter renunciado a tudo que renunciou para não ferir outras pessoas?
De repente percebi que havia misturado um monte de coisas e agora no emaranhado em que me encontro tento buscar uma saida. Devo muito a mim mesmo. Mas, olhando para dentro de minha alma, vejo que não há arrependimentos, não há remorsos, não é medo do que sinto, do que quero, é uma necessidade de fazer coisas, deixar me envolver com a vida e respirar seus ares... todos eles, não importa o odor. Afinal, vida é risco, é envolvimento, é participação. Pensando bem, não importa qual sentimento encha meu peito nesse instante. O que não posso e não devo é tentar barra-lo, coloca-lo dentro de limites ou dar-lhe um rumo que ela, a vida, quer me dar. Como eu sempre digo; a Vida é uma festa e tenho que experimentar tudo que ela me oferece, pois sei que um dia terei que me retirar e não sei quanto tempo terei para voltar ou se voltarei. É melhor, creio eu, olhar de frente e agradecer por ser capaz de sentir o pulsar da vida em minhas veias, o desejo de realizar, amar, sofrer, sorrir e chorar, estar perto mesmo estando distante, a um telefonema de distancia. Distancia esta que muitas vezes não conseguimos transpor e deixamos nossas amizades e somos deixados para um momento em que tenhamos mais tempo... Realmente tenho sorte de ainda sentir a necessidade de estar com as pessoas que gosto e poder dizer a elas o quão importantes são para mim.
As vezes leio o que você escreve e percebo que sinto o mesmo... mas o que fazer?! O topor domina e parece que qualquer coisa que fazemos, por menor que seja, exige um esforço terrivel.... Mas o que fazer?!
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