Omar Talih


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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Heroi por acaso

Quando estudava no SESI, escola primária, naquele tempo, 1968, não havia o bulling como é conhecido hoje, mas a discriminação e preconceito era demonstrado sem nenhuma mascara. As perseguições e agressões só não eram colocadas na internet, pois não  havia, nem TV a cores. Depois do acontecido comigo, onde sofria uma agressão e por uma bobeira da irmã dos agressores, a multidão se voltou contra eles, passei um bom período tranquilo. Mas eu não era o único que sofria perseguição. Tinha muita briga de bairros, onde os de um não poderiam passar pelo outro sem serem incomodados e até perseguidos. Um certo dia, após as aulas, estava indo tranquilamente para minha casa, quando vi alguns caras cercando e batendo em um menino que chorava e ninguém se atrevia a ajuda-lo. Estavam em cinco ou mais. Alguma coisa dentro de mim resolveu ajudar. É claro que se simplesmente fosse falar com eles, apanharia junto. Então teria que fazer algo que intimidasse e os demovesse da vontade de brigar. Sem pensar muito, joguei meu material no chão, corri em direção a eles e aproximando-me, dei um salto mortal, batendo com as mão no chão e atingindo o maior da turma com os dois pés no peito.
O impacto foi tão violento que ele caiu longe e meio atordoado, sem entender o que tinha acontecido, saiu correndo, sendo seguido pelos outros que creio, também nada entenderam, ficaram com medo da reação. A surpresa foi a chave da façanha.
Havia muita gente ao redor e de repente, começaram a gritar e assobiar o que deve ter assustado mais ainda aos agressores. Daquele dia em diante, todos na escola passaram a me respeitar, inclusive os meninos que estavam agredindo o outro, pois não sabiam o que eu sabia sobre lutas. Na verdade nada, mas eles nunca ficaram sabendo disto.

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