Sempre disse que a vida é como uma festa. Durante nossa estada nela, somos convidados a participar de muitas coisas que podemos aceitar ou não, temos a escolha, o livre arbítrio. Também acredito que tudo, absolutamente tudo que pedimos, nos é servido. Durante a festa, nossos pedidos nunca são recusados, mas quando não aceitamos algo que nos é oferecido, pode ser que nunca mais durante a festa nos será oferecido novamente. Outras vezes pedimos coisas sem pensar e nos arrependemos quando nos é servido. A vida tem sido boa comigo. Nada tenho a reclamar da festa até aqui e, se fosse convidado a participar novamente, faria as mesmas coisas com a mesma intensidade. Não há remorsos, nem arrependimentos. Posso dizer que sou um cara feliz. Tenho minhas crenças, sem nunca ter me prendido a religiões, seitas ou qualquer coisa que o valha e se diz representante dos deuses na terra. Apenas não tenho pudor, nem preconceito contra qualquer delas, mas isto não é o assunto daqui. É que nesses dias tenho sentido um sopro de Vida em meu ouvido e sei que ela tem algo para mim. Ouvi seu sussurro e sinceramente senti dúvida sobre se estou preparado para o que ela tem para me dar. As vezes a vida nos convida a abandonar tudo que ela nos deu em troca de outras coisas que não sabemos o que é nem como virá. E isto dá uma certa insegurança, um medo injustificado, um frio na barriga. Não é como a Morte que nos chama, não convida. Com a Morte não temos escolha. Ela é implacável e simplesmente nos ordena que a sigamos, queira ou não. Todos um dia a seguirão. Entretanto quem sopra em meus ouvidos, hoje é a vida. Sua voz entrou em mim e deixou me arrepiado. O que fazer? Como fazer? O que será que ela quer de mim. Sempre acreditei que estaria pronto para aceitar seu convite, afinal ela foi tão generosa comigo, ensinou me tanto, nunca negou um pedido meu, por mais absurdo que possa ter sido. Mas, como dizia "Toquinho, em Aquarela", a Vida nos convida a rir ou chorar. Agora é só esperar e pagar o preço.
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