sexta-feira, 30 de outubro de 2009
terça-feira, 27 de outubro de 2009
DESEJOS
Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
(Carlos Drummond de Andrade)
A Vida
...O amanhã não está assegurado a ninguém, jovens ou velhos.
Hoje pode ser a última vez que vejas aqueles que amas.
Por isso não esperes mais, fá-lo hoje, porque o amanhã pode nunca chegar.
Senão, lamentarás o dia em que não tiveste tempo para um SORRISO,
um ABRAÇO, um BEIJO
e o teres estado muito ocupado para atenderes esse último desejo...
(viagensdaluisa.blogspot.com)
É assim, vi, gostei, copiei, publiquei.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Viagens
Velas arriadas.
Ancorei o meu navio.
Adiei minhas viagens.
Aguas calmas na superfície,
Turbilhão abaixo dela.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
(Amar se aprende amando)
O amor antigo.
O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera, mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas, feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito, e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona aquilo que foi grande e deslumbrante,
O antigo amor, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança. Mais triste? Não.
Ele venceu a dor, e resplandece no seu canto obscuro, tanto mais velho quanto mais amor.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 20 de outubro de 2009
TERÇA-FEIRA
Acordou normalmente como nas últimas semanas..
Exceto por um sonho ruim..um pesadelo..
Sentiu o dia estranho..
..não entendia...”ainda é terça-feira” - se repetia..
O sonho a fez não parar de pensar...pensava em tudo..e não entendia nada..
Não parou..um segundo sequer...
Não comeu..não tinha fome...
Há dias não sentia fome..
Trabalhou como quem trabalha programado..
Se estranhando a cada gesto..
Jura que sentiu calafrios..
Não entendeu.....”ainda é terça-feira” - dizia..
Uma dor de cabeça a perturbava como a um demônio que perturba os bons homens...
A vontade era de desaparecer..não existir e só..não respirar..
Suplicava isso em pensamento como quem suplica em prece a própria vida..
Apenas por um segundo deixar de pensar..não sentir..
..’pudera eu viver sem coração’...
Um turbilhão...preferia a morte a ter que pensar em qualquer coisa...
A ponto de explodir...
Perdera a noção das coisas quando sentiu uma mão em seus ombros..
..”- é pra você” - dizia o rapaz –
..uma pausa..um segundo..sem chão..sem ar..
Mal olhou o envelope..já sabia de quem era...a que se referia..
Não disse nada..
Apenas sorriu..sorriu um riso sem graça..tímido..sorriu e voltou ao trabalho..
Ele não imaginava..mas por mais uma vez..tantas que já perdera a conta, tinha salvado a menina tão boba..tão confusa..
Lhe roubou um suspiro doce..ouviu seus gritos..naquele momento sentia-se abraçada..acalentada pelo peito quente..seu porto-seguro..menino-heroi..cavaleiro andante..errante..don Juan..doce (....)...
A saudade a esmagava..era capaz de sentir dor..uma dor física que não saberia explicar..nem se tentasse..o que não era o caso..
Continuou calada..a hora passou como num clarão..um flash..não se lembra de muita coisa....as palavras..”inesquecível”..leu tudo..mais de uma vez...as palavras..os desenhos..sua história..releu sua vida..um segundo...
Lembrou uma musica..
“..e a história que nem passou por nós direito ainda..pra onde é que foi..”..
Não saberia agradecer.... e não tentaria..
..depois daquilo não pensava em mais nada..apenas sorria..e repetia..
..”..e hoje ainda é terça-feira...”.
- ao meu querido (......) dono das minhas idéias..
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Fragmentos...
Amores proibidos...
Que atire a primeira pedra quem nunca os teve. Mas, deixe-me sair da frente primeiro...Sou culpado.
.... Amo-te em segredo...
Embora não faça segredo deste sentimento...
Que atire a primeira pedra quem nunca os teve. Mas, deixe-me sair da frente primeiro...Sou culpado.
.... Amo-te em segredo...
Embora não faça segredo deste sentimento...
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Querer
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
Pablo Neruda
SE EU MORRER...
Se eu morrer, como diria Vinicius, chore se quiser; prefiro que sorria. Terei cumprido meu tempo neste mundo e viverei entre os mortos até que morra nas lembranças. Não me elogie muito; cometerá exageros. Sei que fui um cara legal,simpático, amável e acima de tudo muito modesto. Mas contenha-se.
Caso alguém diga que eu não prestava, defenda-me. A única coisa que quis roubar foi um beijo seu. O coração?, me perguntaria por certo:Não! Nunca quis rouba-lo. Não nego porém,que sempre desejei que mo desse de livre e expontanea vontade. Se me chamarem de santo, conteste. Não mereço ser canonizado, mesmo que tenha feito um ou outro milagre.Diga para todo mundo que fui um amigo, um anjo que sempre a ajudou a levantar-se, embora nunca tenha impedido que caisse. Se o fizesse, voce não aprenderia a andar.
Acaso tenha vontade de dançar, dance! Estarei cantando a canção que mais gosta.Terá a vantagem de não ouvir minha vóz desafinada. Toda vez que uma lágrima rolar, embora não sinta, estarei ao seu lado para conforta-la.
Mesmo quando me esquecer nos braços de outro, saiba, estarei feliz e poderei enfim, seguir meu destino rumo a morte final e eterna. A morte do esquecimento.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Coisas da Ditadura
Vendo em um jornal televisivo, uma reportagem sobre um novo equipamento para verificação de passageiros nos aeroportos de Londes, lembrei-me de um episódio que ocorreu comigo pelos idos de 1982,
quando a ditadura no Brasil ainda era forte e todos que trabalhavam para o estado, se sentiam superiores a reles cidadãos como eu.
Bom, o fato é que nessa época, tinha um bar no centro da cidade, onde eu trabalhava por 12 ou mais horas todos os dias. Havia nas proximidade, muitas lojas, quase todas de libaneses ou chineses, pessoas muito trabalhadoras e gentis. Em uma delas, trabalhava uma garota que embora noiva, vinha todos os dias me ver no trabalho e jogar um pouco de conversa fora, na hora do almoço. Era apenas uma paquera sem maiores consequencias (Em 1982?). Numa segunda feira, ela apareceu no bar, toda queimada de sol e andando como um "robo". Tinha passado o final de semana em Santos. Praia Grande era o destino de todo interiorano que se aventurava ao litoral. Eu tinha uma maquina fotografica que para a época já estava ultrapassada, mas ainda a usava para fotografar. Comecei a fotografa-la na calçada em frente ao bar. Foram apenas algumas chapas. Nos divertimos um pouco e voltamos a nossos afazeres.
Algumas horas mais tarde, surge na porta do bar uma viatura da Guarda Municipal com vários guardas e dois homens espumando de raiva.
__ É aquele ali. Disse apontando em minha direção.
Um dos guardas vem até mim e diz;
__ Voce esta preso. Pegue a maquina fotografica que voce estava usando e venha omigo.
Não entendi nada. Ninguém entendeu. O comercio parou para ver o que se passava.
Peguei o objeto que estava me levando a prisão e o segui.
__ Procure o Dr. Tarcísio, disse aos meus amigos que não sabiam o que fazer.__ Vou para o 1º Distrito.
Era para lá que levavam todos os presos da cidade. A notícia correu como fogo em polvora.
Antes de ser levado para a delegacia, passei pelo quartel da guarda. Um comandante, tenente Barbosa, me aguardava.
__ É este o sujeito? Perguntou sem me olhar.
Antes de receber a resposta, voltou-se para mim e apontando o dedo em riste:
__ Eu vou acabar com voce, marginal.
Os dois homens que acompanhavam os guardas, eram o pai e o noivo da garota fotografada.
__ É ele que estava fotografando minha filha com uma dessas maquinas modernas que tiram a foto de roupa e a pessoa aparece nua.
O incrível é que naquela época não havia sequer camera digitais, celulares e internet.
Depois de muita ameaça e uma ficha quilometrica, fui levado a presença do delegado. Não me lembro do nome dele.
O pai da moça, descreveu o fato ao delegado e olhando para mim:
__ Quero esse... sujeito na cadeia.
Pacientemente o delegado, que já havia recebido um telefonema de advogado, dirigiu-se a mim.
Pediu a maquina e a examinou.
__ É apenas uma maquina comum.
__ Quero esse sujeito na cadeia! Esbravejou o pai da moça.
__ Bem, falou o sensato delegado, não posso prende-lo. Não há crime em fotografar pessoas na rua.Senão, teria que prender todos os jornalistas da cidade.
__ Mas ele não pode ficar impune!
Então, o delegado pegou a maquina, abriu-a e retirou o filme danificando-o.
Pegou uma tesoura e picotou-o todo.
__ É o máximo que posso fazer! Esta bem, podem voltar a seus afazeres.
É claro que não deixou todo mundo feliz, mas me senti aliviado.
De volta ao bar, de repente apareceu gente de todos os lados para saber o que havia acontecido. O bom do negócio é, que ninguém ficou sem gastar um pouco e assim, o faturamento foi ótimo.Naturalmente que depois disso,queriam que eu arrumasse uma encrenca de vez em quando.
Fico aqui pensando com meus botões: Como é polemica essa nova tecnologia e perigosa... por causa dela, fui preso 30 anos antes de ser inventada.
quando a ditadura no Brasil ainda era forte e todos que trabalhavam para o estado, se sentiam superiores a reles cidadãos como eu.
Bom, o fato é que nessa época, tinha um bar no centro da cidade, onde eu trabalhava por 12 ou mais horas todos os dias. Havia nas proximidade, muitas lojas, quase todas de libaneses ou chineses, pessoas muito trabalhadoras e gentis. Em uma delas, trabalhava uma garota que embora noiva, vinha todos os dias me ver no trabalho e jogar um pouco de conversa fora, na hora do almoço. Era apenas uma paquera sem maiores consequencias (Em 1982?). Numa segunda feira, ela apareceu no bar, toda queimada de sol e andando como um "robo". Tinha passado o final de semana em Santos. Praia Grande era o destino de todo interiorano que se aventurava ao litoral. Eu tinha uma maquina fotografica que para a época já estava ultrapassada, mas ainda a usava para fotografar. Comecei a fotografa-la na calçada em frente ao bar. Foram apenas algumas chapas. Nos divertimos um pouco e voltamos a nossos afazeres.
Algumas horas mais tarde, surge na porta do bar uma viatura da Guarda Municipal com vários guardas e dois homens espumando de raiva.
__ É aquele ali. Disse apontando em minha direção.
Um dos guardas vem até mim e diz;
__ Voce esta preso. Pegue a maquina fotografica que voce estava usando e venha omigo.
Não entendi nada. Ninguém entendeu. O comercio parou para ver o que se passava.
Peguei o objeto que estava me levando a prisão e o segui.
__ Procure o Dr. Tarcísio, disse aos meus amigos que não sabiam o que fazer.__ Vou para o 1º Distrito.
Era para lá que levavam todos os presos da cidade. A notícia correu como fogo em polvora.
Antes de ser levado para a delegacia, passei pelo quartel da guarda. Um comandante, tenente Barbosa, me aguardava.
__ É este o sujeito? Perguntou sem me olhar.
Antes de receber a resposta, voltou-se para mim e apontando o dedo em riste:
__ Eu vou acabar com voce, marginal.
Os dois homens que acompanhavam os guardas, eram o pai e o noivo da garota fotografada.
__ É ele que estava fotografando minha filha com uma dessas maquinas modernas que tiram a foto de roupa e a pessoa aparece nua.
O incrível é que naquela época não havia sequer camera digitais, celulares e internet.
Depois de muita ameaça e uma ficha quilometrica, fui levado a presença do delegado. Não me lembro do nome dele.
O pai da moça, descreveu o fato ao delegado e olhando para mim:
__ Quero esse... sujeito na cadeia.
Pacientemente o delegado, que já havia recebido um telefonema de advogado, dirigiu-se a mim.
Pediu a maquina e a examinou.
__ É apenas uma maquina comum.
__ Quero esse sujeito na cadeia! Esbravejou o pai da moça.
__ Bem, falou o sensato delegado, não posso prende-lo. Não há crime em fotografar pessoas na rua.Senão, teria que prender todos os jornalistas da cidade.
__ Mas ele não pode ficar impune!
Então, o delegado pegou a maquina, abriu-a e retirou o filme danificando-o.
Pegou uma tesoura e picotou-o todo.
__ É o máximo que posso fazer! Esta bem, podem voltar a seus afazeres.
É claro que não deixou todo mundo feliz, mas me senti aliviado.
De volta ao bar, de repente apareceu gente de todos os lados para saber o que havia acontecido. O bom do negócio é, que ninguém ficou sem gastar um pouco e assim, o faturamento foi ótimo.Naturalmente que depois disso,queriam que eu arrumasse uma encrenca de vez em quando.
Fico aqui pensando com meus botões: Como é polemica essa nova tecnologia e perigosa... por causa dela, fui preso 30 anos antes de ser inventada.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Dia das Crianças.
Gostaria de liberar a Criança que vive em mim e brincar com todas as que amo. Queria dar-lhes doces e um abraço. As vezes esta criança aflora e brinca. Mas a maioria das vezes, tenho que sufoca-la no adulto e fingir que esta feliz. Os adultos são muito serios, sisudos e pouco sorriem. Eles tem um humor que só acham engraçado quando eles contam a piada, mesmo que não tenha graça nenhuma. Mas quando não estão por perto, minha criança vive e brinca comigo. Ela gosta que conte estórias, faça desenhos.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Naira Ribeiro, uma adaptação.
Quando eu te via, tudo mais era preto-branco,
Eu só enxergava seu cheiro, só sentia tuas cores,
Só ouvia teu calor, só me aquecia com a tua voz.
Tudo bagunçava meus sentidos,
minha razão, minha lógica.
E eu, sempre tão forte, tão ao acaso,
Só via os outros como mera distração, diversão até.
Mas com você por perto eu viro do avesso.
Você senta do meu lado, eu estremeço por dentro.
Você percebe, se atreve, chega mais perto,
Eu quase posso sentir que você é minha,
Mas penso o quão isso é irreal.
Eu sou tão comum.
Você, tão surreal.
Mas o mundo é tão ilógico.
E então, no meio dos meus secretos devaneios,
Os seus lábios encontram os meus.
Sonhei?!
Em silêncio você me deu sua mão.
Você me sorriu. Eu sorri de volta:
Não precisava ter brincado,
Você já era minha.
Pura verdade!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Viagem de trem. Uma aventura.
Muitos dizem que não gostam de S.Paulo por acha-la suja, barulhenta e cheia de gente.Muita gente; de todo tipo, matizes e procedência. Para mim, é uma deliciosa aventura. Ver pessoas, ouvir suas histórias entrecortadas pelo chegar e partir em cada estação. Me fascina observar a maneira de se vestir, falar e se comportar na multidão. Pessoas feias; lindas na naturalidade, na expontaneidade de gestos e falas. Contam suas vidas para os que as acompanham, sem se importarem que outros a sua volta as ouçam. Sentem- se em total privacidade e segurança na multidão.
Sentado em um banco qualquer, vejo pessoas que não me vêem, ouço-as sem ser ouvido. Muitos me olham, poucos se importam com minha presença. Talvez nunca mais voltemos a nos encontrar. Observo cada pessoa a minha volta e tento decifrar seus pensamentos, de onde vem, como vivem. É um exercício banal, apenas um passatempo. Na verdade não estou bisbilhotando a vida alheia. Sinceramente, admiro essa gente, gosto de estar no meio e ouvir as histórias, sentir os cheiros, nem sempre agradáveis. Da janela posso ver casas amontoadas, vermelhas, substituindo os barracos de madeira, tão comuns nas favelas paulistanas.
Lembro-me das viagens que fazia tempos trás... muito tempo... O trem fazia longas viagens, atravessava estados. As vezes ficava doze ou mais horas ali num balanço constante: " Café com pão... bolacha não... Café com pão, café com pão..". Ou como dizia o poeta: " O povo tem fome... o povo tem fome... dá de comer..." e quando chegava à estação ia dizendo: " cala a boca... cala a boca... vou te prender..." e parando "SSSSSSSSSSSSSSS".
As viagens de hoje são curtas. Divirto-me muito, me deixo envolver nessa aventura que fascina e acalma....
Sentado em um banco qualquer, vejo pessoas que não me vêem, ouço-as sem ser ouvido. Muitos me olham, poucos se importam com minha presença. Talvez nunca mais voltemos a nos encontrar. Observo cada pessoa a minha volta e tento decifrar seus pensamentos, de onde vem, como vivem. É um exercício banal, apenas um passatempo. Na verdade não estou bisbilhotando a vida alheia. Sinceramente, admiro essa gente, gosto de estar no meio e ouvir as histórias, sentir os cheiros, nem sempre agradáveis. Da janela posso ver casas amontoadas, vermelhas, substituindo os barracos de madeira, tão comuns nas favelas paulistanas.
Lembro-me das viagens que fazia tempos trás... muito tempo... O trem fazia longas viagens, atravessava estados. As vezes ficava doze ou mais horas ali num balanço constante: " Café com pão... bolacha não... Café com pão, café com pão..". Ou como dizia o poeta: " O povo tem fome... o povo tem fome... dá de comer..." e quando chegava à estação ia dizendo: " cala a boca... cala a boca... vou te prender..." e parando "SSSSSSSSSSSSSSS".
As viagens de hoje são curtas. Divirto-me muito, me deixo envolver nessa aventura que fascina e acalma....
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Primavera
Esta é a mais bela das estações do ano para mim. Nasci na alta estação, fim de Outubro. Quando se aproxima o fim do inverno, fico melancólico, sucetível a romances e vontade de fazer estravagancias por "amor". O espirito poeta aflora e os pensamentos viajam para lugares que só os poetas conseguem chegar. Tudo é motivo para namorar, beijar, agarrar e ficar colado num abraço. Os cheiros são penetrantes e embriagam. Há um desejo de conhecer novos lugares, novas amizades, mesmo que seja com velhos conhecidos. Ver o mar...ah! o mar. Passear pela serra, minha vizinha e observar a vida florescer. Bem vindos a nova estação. Aproveitem, pois ela também é passageira e logo visitará outros lugares. Gostaria de acompanha-la.
Para Rosa Maria, em Portugal, um abraço...bons dias de inverno.
Para Rosa Maria, em Portugal, um abraço...bons dias de inverno.
Modernidade
Tenho observado pessoas. É um passatempo que costumo fazer em todos os ambientes em que me encontro. Embora quase ninguém se dê ao trabalho de observar o que se passa ao redor, é um exercício que nos ajuda a conhecer e entender as pessoas. Noto em minhas observações que cada dia mais, com as facilidades da vida moderna, muitos estão se "imbecilizando". Parece-me que há um grande conflito. As pessoas não são capazes de fazer e agir com simplicidade, se mostram egoístas, narcisistas e tantos outros "istas" que chego a pensar que vivo em outro mundo. As relações pessoais que deveriam ser de troca, compartilhamento, apoio, ainda são paltados por pensamentos medievais, onde o macho, com apoio das religiões, tudo podiam.
Nós evoluímos, ou não? Além de vermos um total descontrole nas coisas mais simples, como andar pela cidade. Talvez a falta de espaço e o ter que dividir é que esteja transformando as pessoas. Todos estão mais agressivos, impacientes e dispostos a usar da violência para impor um desejo muitas vezes banal. Somos apenas "objetos" de posse de alguém que se julga dono de nossas vidas. Somos pessoas livres que desejam viver a vida e se possível compartilhar com outras essa alegria.
Hoje esta um dia radiante, depois de muita chuva e frio.
Mando flores para duas meninas que vejo pelos blogs; Naira e Manu. Na outra ponta do país.
Nós evoluímos, ou não? Além de vermos um total descontrole nas coisas mais simples, como andar pela cidade. Talvez a falta de espaço e o ter que dividir é que esteja transformando as pessoas. Todos estão mais agressivos, impacientes e dispostos a usar da violência para impor um desejo muitas vezes banal. Somos apenas "objetos" de posse de alguém que se julga dono de nossas vidas. Somos pessoas livres que desejam viver a vida e se possível compartilhar com outras essa alegria.
Hoje esta um dia radiante, depois de muita chuva e frio.
Mando flores para duas meninas que vejo pelos blogs; Naira e Manu. Na outra ponta do país.
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