Omar Talih


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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Naira Ribeiro, uma adaptação.


Você já era minha.

Eu brincava que você era minha.
Quando eu te via, tudo mais era preto-branco,
Eu só enxergava seu cheiro, só sentia tuas cores,
Só ouvia teu calor, só me aquecia com a tua voz.
Tudo bagunçava meus sentidos,
minha razão, minha lógica.
E eu, sempre tão forte, tão ao acaso,
Só via os outros como mera distração, diversão até.
Mas com você por perto eu viro do avesso.
Você senta do meu lado, eu estremeço por dentro.
Você percebe, se atreve, chega mais perto,
Eu quase posso sentir que você é minha,
Mas penso o quão isso é irreal.
Eu sou tão comum.
Você, tão surreal.
Mas o mundo é tão ilógico.
E então, no meio dos meus secretos devaneios,
Os seus lábios encontram os meus.
Sonhei?!
Em silêncio você me deu sua mão.
Você me sorriu. Eu sorri de volta:
Não precisava ter brincado,
Você já era minha.
Pura verdade!

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