As vezes vivemos situações que nos parece diferente do cotidiano e nos encantamos com tudo por ser realmente inusitado para aquele momento. Queremos muito contar um fato e as palavras nos fogem, os sentidos não são os mesmos que estão em nosso cérebro. O pensar e escrever não seguem a mesma linha de raciocínio. Esta sendo assim com a viagem ao Mato Grosso. Passo horas pensando no que vou dizer e como, mas quando me sento na frente do computador, as palavras mudam e tomam outro sentido. Mas;
"Quando chegamos ao Pantanal, na verdade uma cidade do Mato Grosso, sabíamos que teríamos pouco tempo para fazer qualquer coisa e assim planejamos o que seria a terça feira. Iríamos até o rio Braço Norte para 'pescar'.
Na noite de segunda fomos a uma exposição de gado. Naquela região é o que mais chama a atenção do povo. É parte do que eles fazem: Criar gado! Pela manhã de terça, jogamos as tralhas num caminhão, pois passaríamos a noite na beira do rio e, partimos. Na cabine, ia o Diego, filho de meu amigo, um casal que trabalha para o irmão de meu amigo. O homem, fim ou fininho, era o motorista e a mulher dele, que não me lembro o nome, faria a comida e também participaria da pesca. Se pensam que ela faria a comida por ser mulher, enganam-se. É que ela gosta mesmo de estar no meio destas aventuras e não perde uma oportunidade. Além de que tem uma prática que nós não temos nessas situações. E a comida que ela prepara então? Não há como comparar com nada. São aproximadamente 50 km de estradas ruins e pontes que se víssemos antes de passar, não o faríamos. Em alguns trechos, tínhamos que passar pelo rio, pois as pontes haviam caído. Nos embrenhamos no mato e após algumas horas, chegamos. Rapidamente, foi montado um acampamento 'cigano' e feito um fogão a lenha entre duas pedras. O caminhão seria nosso abrigo para passar a noite, pois teríamos que dormir um pouco. Era mais ou menos 15 horas. Fomos para a beira d'água. Pouco depois, chega uns garimpeiros. Eles são muitos naquela região. Conversamos.
"Podemos tirar umas fotos? -pergunta meu amigo a um deles. "Claro, foi a resposta- Desde que não apareça no 'linha direta'. Ele se referia a um programa de TV que mostra criminosos procurados e que estão foragidos. Sabemos que no meio de garimpeiros, boiadeiros e outros trabalhadores estão muita gente que não quer aparecer. E um deles não olhava diretamente para nós além de ter tapado o rosto quando fotografado. Os garimpeiros passavam constantemente de um lado para outro, buscando e levando ferramentas, mas o rapaz em questão não apareceu mais, enquanto estivemos por ali. As horas passaram rápidas e começou a anoitecer. Fomos jantar. Ensopado de piranha, peixe frito, carne de jacaré arroz e feijão. A noite, entramos em um barco e fomos tentar a sorte no rio. Horas de espera e nada pegamos. Apenas ouvíamos os peixes pularem e os olhos dos jacarés as margens do rio. Desistimos. Após tomarmos um café feito na hora, no fogão a lenha, fomos dormir. Deitamos na seguinte ordem, da cabine para a carroceria do caminhão. Cada um tinha seu saco de dormir, cobertas e tal. Diego, o pai dele, eu e o casal. Como estávamos muito cansados, o sono chegou rápido e profundo. Os roncos de meu amigo, pareciam uma serra elétrica cortando madeira. Na mata, podíamos ouvir gritos de macacos e porcos do mato e um pouco mais distante o urrar de alguma onça. No começo da madrugada, acordei assustado com o balançar do caminhão. Imaginava que algum bicho poderia estar em baixo dele e tentando subir onde dormíamos. Ainda meio sonolento atentei para os sons que vinham do casal que estava ali conosco e percebi que estavam apenas transando sem nenhum constrangimento. Virei para o lado e adormeci. Pouco depois, novamente acordo com o balançar do caminhão e lá estavam eles novamente fazendo sexo. No total, foram três, sem nem se lembrarem que estavam com outras pessoas ali. Meu amigo e o filho dormiam como pedras e nada viram ou ouviram, mas contei para eles, depois, quando voltamos para a cidade. Pescamos apenas alguns peixes que por chamam "lobó', são trairas para nós. O engraçado foi que os garimpeiros chegaram numa caminhonete Mitishubishi novinha cheia de tralhas e nem aí por deixa-la na beira do rio. Alias, as caminhonetes são comuns por lá. E são dessas que por aqui são somente para quem tem muito dinheiro. Lá o que vemos pouco são carros populares, acho que não aguentam o trabalho e as estradas de terra. No total, pescamos 8 piranhas, 15 lobós, 2 pintados de no máximo 1kg e um piau pequeno. Valeu a aventura e ver as paisagens que para o morador local passa despercebido, mas para um forasteiro é encanto puro.
sábado, 31 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
É a vida!
Depois que voltei da viagem ao Pantanal, o tempo tem sido curto para vir ao blog e postar histórias sobre o que aconteceu lá. Me perguntaram o que fez me sentir mudado e porque minha vida mudou. Estive pensando e assim que der volto a publicar. As histórias são muitas e longas, mas com prazer vou escreve-las.
domingo, 25 de julho de 2010
uma história.
A viagem ao Mato Grosso mudou radicalmente minha vida. Estava eu um tanto 'borococho' e desanimado até então. Quando voltei, queria contar numa linha cronológica o que se passou, mas descobri que a nova vida não o permitirá. Resolvi apenas contar as várias histórias e localiza-las no tempo para se entender ou não a tal " linha do tempo". Quando recebi o convite para ir ao Pantanal, meu amigo me dizia que queria me mostrar um rio: O Teles Pires. É um rio que corta o Mato Grosso.
Ela correu para a água e ele na direção oposta. Passado o susto comentei: "O que você vai dizer para seus alunos e como será a reação deles ao saber que você viajou mais de cem quilometros para ver uma cobra!". Tiramos as tralhas de pesca e arremeçamos o anzol. Nada... nenhum beliscão, nada de peixes. Vinte minutos depois, o chamado; 'Vamos embora!' Eu estava com os pés na água até o joelho. Sentia a areia movimentar-se sob os pés. O sol estava escaldante. Uns 40º no mínimo. Recolhemos tudo, guardamos e demos uma ultima olhada para o rio. Ele seguia seu curso sem notar nossa presença. Do momento da chegada até a partida foram apenas 40 minutos, não mais. Tomamos a estrada de volta. A medida que nos afastávamos, o sol parecia se esconder e aos poucos foi nos mostrando um entardecer que jamais vi em outro lugar. Por volta de cinco horas da tarde, estávamos novamente junto a ponte que ameaçava cair. O motorista parou e descemos todos. Fomos inspecionar as condições de travessia, afinal, estávamos a mais de 2500 km de casa e não se pode jogar uma caminhonete de quase 100 mil reais no leito de um rio que não sabíamos a profundidade. Apenas o condutor no volante e os outros orientando ou atrapalhando a travessia que foi feita cuidadosamente. Embarcamos e seguimos viagem. Na hora combinada, 18h30min estávamos de volta a casa de nosso anfitrião, depois de viajar 200 km para ficar apenas 40 minutos a beira do rio, felizes por ter cumprido a missão. Não importava o tempo que permanecemos lá, mas sim termos estado lá.
Ele havia visto o rio há alguns anos e ficou encantado. Pescou, embora ele não seja pescador e nada tenha fisgado, por um dia, mas se apaixonou pela paisagem e o motivo maior para a viagem era ver novamente o rio e me apresenta-lo. Assim, tudo se justificava e eu estava ansioso para conhece-lo e colocar meus pés em suas águas. Viajamos por 2400 km aproximadamente até a cidade de Guarantã do Norte, divisa com o Pará e teríamos mais 100 km até o rio, num total de 2500 km para ir e outros para voltar. Naturalmente, não foi o primeiro lugar que visitamos. Outros afazeres nos prenderam e só pudemos ir até as margens do Teles Pires na quinta feira a tarde. Deixamos a cidade de Guarantã por volta de 13 horas. Há diferença de 1 hora em relação a São Paulo. Quando são 12 por aqui, lá ainda são 11. Abastecemos a caminhonete e pegamos a estrada. Estávamos em cinco pessoas; Meu amigo, seu filho, o irmão que mora por lá, o outro irmão que viajou conosco e eu. Seria uma viagem confortável. Andamos no asfalto por uns 20 ou 25 km e começou a terra. São estradas mal conservadas e muito usadas por caminhões. Logo que deixamos o asfalto, topamos com uma boiada.
Foi encantamento puro ver os peões conduzindo o gado, cobertos de poeira, montados em burros. Um dos peões veio até o carro e foi andando em nossa frente vagarosamente, abrindo caminho para que passássemos. Tínhamos que acompanhar seus passos, pois uma bobeira e o gado nos fecharia. Havia umas mil ou mais cabeças e a travessia durou alguns minutos. Ainda extasiados e comentando o fato nos deparamos com outra boiada alguns quilometros a frente, repetindo o ritual de passagem entre os bois. Nessa, o boiadeiro foi um pouco mais rápido e fomos envolvidos pela boiada, mas ele voltou e nos escoltou em segurança até o outro lado. Então, quando terminamos de passar, um deles nos pediu que entregássemos uma encomenda para a carroça que vai a frente para preparar a janta da comitiva, num lugar onde passarão a noite. Abobados, continuamos e após passarmos por uma ponte, paramos para tomar um refrigerante num 'bar' de beira de estrada. Não sei se posso chamar aquilo de bar, mas era o que tínhamos e fomos até lá. Ao conversarmos com a atendente, uma mulher que mora em Americana, SP, e que estava lá visitando uma amiga, ficamos sabendo que a ponte que acabamos de passar estava caindo e por precaução, eles tinham colocado a caminhonete deles do outro lado, pois se a ponte caísse, eles teriam como voltar. Perguntei ao meu amigo: " Você terá coragem de passar aqui novamente quando voltarmos?" e então comentei que estávamos parecendo personagens de desenhos animados que depois de passar a ponte ela cai. Na volta nos preocupamos com isto, foi a resposta.Seguimos viagem. Creio que estávamos no meio do caminho, a uns 40 quilometros do Teles Pires. Chegamos ao rio por volta de 15 horas, um pouco mais talvez. Teríamos que estar de volta em Guarantã as 18, 18h30min, no máximo. Estacionamos próximo ao atracadouro da balsa que faz a travessia do rio. Descemos. Eu fui para a margem e fui seguido pelo meu amigo. Pouco mais adiante, os outros. Na margem que estávamos, forma uma praia com dois metros antes do rio ter uma profundidade respeitável, e respeitamos. De repente um corre, corre. Uma cobra assustou-se e assustou um dos rapazes. O Raimundo, que mora por lá.Ela correu para a água e ele na direção oposta. Passado o susto comentei: "O que você vai dizer para seus alunos e como será a reação deles ao saber que você viajou mais de cem quilometros para ver uma cobra!". Tiramos as tralhas de pesca e arremeçamos o anzol. Nada... nenhum beliscão, nada de peixes. Vinte minutos depois, o chamado; 'Vamos embora!' Eu estava com os pés na água até o joelho. Sentia a areia movimentar-se sob os pés. O sol estava escaldante. Uns 40º no mínimo. Recolhemos tudo, guardamos e demos uma ultima olhada para o rio. Ele seguia seu curso sem notar nossa presença. Do momento da chegada até a partida foram apenas 40 minutos, não mais. Tomamos a estrada de volta. A medida que nos afastávamos, o sol parecia se esconder e aos poucos foi nos mostrando um entardecer que jamais vi em outro lugar. Por volta de cinco horas da tarde, estávamos novamente junto a ponte que ameaçava cair. O motorista parou e descemos todos. Fomos inspecionar as condições de travessia, afinal, estávamos a mais de 2500 km de casa e não se pode jogar uma caminhonete de quase 100 mil reais no leito de um rio que não sabíamos a profundidade. Apenas o condutor no volante e os outros orientando ou atrapalhando a travessia que foi feita cuidadosamente. Embarcamos e seguimos viagem. Na hora combinada, 18h30min estávamos de volta a casa de nosso anfitrião, depois de viajar 200 km para ficar apenas 40 minutos a beira do rio, felizes por ter cumprido a missão. Não importava o tempo que permanecemos lá, mas sim termos estado lá.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Perfil, foto.
Sou um apaixonado por mulheres RUIVAS e não escondo isto. Gosto de todas: brancas, morenas, negras... Alias, só existe dois tipos que me atraem; As brasileiras e as estrangeiras, terráquias, porque não conheço nenhuma extra terrestre. Assim como há pessoas que são apaixonadas por LOIRAS e conheço muitas pessoas, outras são simplesmente loucas por NEGRAS. No meu caso são as RUIVAS. Elas tem um poder inexplicável sobre mim, me fazem suar frio, perder o medo e as vezes cometer 'gafes'. Essa foto do perfil é uma homenagem a uma blogueira, MA, (tudo como os...) que além de RUIVA é uma poetisa que me encanta com seus versos que sempre me tocam a alma.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Viagem, início.
Dentro do carro, cinco adultos. Mundos e pensamentos diferentes que teriam, como num reality show, 2300 km de convivência e conflitos. Eu, como convidado, conhecia apenas meu amigo e seu filho de 22 anos que foi nosso motorista por 4 dias e 4 noites, divididos em duas etapas. Ida; de 16 horas do sábado até 15 horas de segunda, quando chegamos ao destino e de 4 horas da manhã do outro sábado até 19 horas do domingo, quando chegamos de volta. Quando cheguei ao local de partida, tudo estava pronto, embarcamos e partimos sem rodeios. No carro: Dito, o pai e meu amigo, Diego o filho, Gil, o irmão e dona Santa, a mãe e avó, com 70 anos e muitas manias, todas muito hilárias. Gil é um homem deficiente, perdeu uma das pernas em função do excesso de fumo. Sim, o cigarro levou-lhe não apenas o dinheiro, mas o orgulho, a força e o tornou um tanto amargo. Ele se faz dependente e se aproveita da deficiência para usar dos 'serviços' que as pessoas podem fazer em seu benefício. Dito teve uma infância sofrida, passou muitas necessidades e hoje tem muita gana em acumular bens materiais, numa tentativa de suprir algumas carências, afetivas inclusive. Estatos, poder, nome de relevância no meio social, etc. Diego é chamado "Pai", numa inversão de valores, é na verdade o 'filhinho do papai', que tudo pode, e por quem pai e mãe se desdobram para realizar seus desejos. "É meu bebe", como ele diz. Dona Santa, é muito franzina, com marcas deixadas pelo tempo e vida difícil. Religiosa, passa o tempo todo rezando num eterno agradecimento. São no mínimo 40 minutos de coxichar após as refeições, café da manhã e antes de dormir. Como qualquer idoso normal, come feito uma lagarta e comer algo mais sempre é bem vindo, em suas próprias palavras. Nesse universo de visões convivemos harmoniosamente por 10 dias.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
L 200
Quando fui convidado para ir ao Mato Grosso, nada perguntei sobre o que deveria levar e como iríamos. Pouco importava se fossemos de onibus, carro ou caminhão. Na sexta feira, fui chamado pelo meu amigo que, pediu-me para acompanha-lo para buscar a caminhonete que viajaríamos. Pensei que ele tivesse levado a Ranger velha para uma revisão, mas ao perguntar se iríamos com meu carro, disse não e entramos na velha Ranger. Embora nada tivesse entendido, apenas me sentei e deixei acontecer. Fizemos algumas coisas relativas ao trabalho dele e por volta de 15h, aportamos em uma concessionária.
Orgulhoso, apresentou-me sua mais nova aquisição: Uma camionete cabine dupla Mitsubyshi L 200 preta. Ela que nos levaria ao nosso destino. Naquele momento me veio uma dúvida: Ele comprou a caminhonete para viajarmos ou viajaríamos porque ele comprou a caminhonete? Honestamente, não importa. Se há um brinquedo novo, vamos brincar.
Orgulhoso, apresentou-me sua mais nova aquisição: Uma camionete cabine dupla Mitsubyshi L 200 preta. Ela que nos levaria ao nosso destino. Naquele momento me veio uma dúvida: Ele comprou a caminhonete para viajarmos ou viajaríamos porque ele comprou a caminhonete? Honestamente, não importa. Se há um brinquedo novo, vamos brincar.
Viagem, convite.
Quase toda viagem começa com um convite para fazê-la. Comigo não foi diferente. Eram dias conturbados, de silencio e distanciamento, desejos de sumir e não voltar tão cedo. "Vou para Mato Grosso, quer vir comigo?"
A resposta foi pronta. Partiríamos no mês de Julho, dia 13, data que foi antecipada para dia 03, as 16h. Estava trabalhando numa cidade próxima a minha, quando recebi o telefonema: "A viagem foi antecipada, vamos no sábado. Você precisa tomar a vacina, até as 16h.". Pode ser amanhã? Foi a pergunta que fiz. N'outro dia pela manhã, lá estava eu pronto para ser vacinado. Muita gente não acreditava que eu fosse. Havia a permissão da "esposa", compromissos "inadiáveis" e outros complicadores. Apenas eu posso impedir esta viagem, pensei, então nada impedirá sua realização. No dia marcado e hora combinada, lá estava eu, de malas prontas. 16 horas, tomamos a estrada. Mato Grosso, aí vamos nós.
A resposta foi pronta. Partiríamos no mês de Julho, dia 13, data que foi antecipada para dia 03, as 16h. Estava trabalhando numa cidade próxima a minha, quando recebi o telefonema: "A viagem foi antecipada, vamos no sábado. Você precisa tomar a vacina, até as 16h.". Pode ser amanhã? Foi a pergunta que fiz. N'outro dia pela manhã, lá estava eu pronto para ser vacinado. Muita gente não acreditava que eu fosse. Havia a permissão da "esposa", compromissos "inadiáveis" e outros complicadores. Apenas eu posso impedir esta viagem, pensei, então nada impedirá sua realização. No dia marcado e hora combinada, lá estava eu, de malas prontas. 16 horas, tomamos a estrada. Mato Grosso, aí vamos nós.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
VIAGEM! Voltei.
Muitas coisas na memória. Deus permita que viva até contar, pois não levei a maquina fotográfica. Falha?
Mas as histórias são ótimas. Tenho muitas. Como disse a um amigo de viagem, "Temos mentiras para contar por um longo tempo".
Mas as histórias são ótimas. Tenho muitas. Como disse a um amigo de viagem, "Temos mentiras para contar por um longo tempo".
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Eva pagã.
Há muito não via uma poesia tão forte e profunda politicamente. Por isso a publico aqui.
Sou pagã como a puta da esquina.
Como quem prega um Deus morto.
Sou pagã como o amante.
Como quem diz que ama a alguém.
Sou pagã como quem ama criancinhas.
Como quem as viola de sua pureza.
Sou pagã como quem concorda com esse sistema.
Como quem ama ser hipócrita e sabido ao mesmo tempo.
Sou pagã como quem não se banhou.
Como quem só teve tempo de dizer: É isso.
Sem que saiba o que essas palavras significam.
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