Omar Talih


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domingo, 29 de agosto de 2010

Só é corno quem quer.

Acho que as pessoas perderam a capacidade de pensar e resistir quando recebem um não como resposta ou quando percebe que não mais são o objeto de desejo de seus parceiros. Vendo tantas mortes absurdas, não que elas não existissem há anos passados. Lembro- me de um fato que aconteceu pelos anos 80.
Eu e um amigo estávamos transando com quatro irmãs, três casadas. Foi uma festa por vários meses. Um dos maridos ia caçar todos os finais de semana e passava dias metido na mata. Outro era bêbado e vivia pelos bares, o terceiro mais ficava com amigos no futebol que com a mulher. Na verdade creio que era apenas uma justificativa para acompanhar as irmãs. A solteira percebeu que as outras estavam fazendo a festa e quis participar. Tudo ia bem até que a solteira resolveu que queria meu amigo só para ela e escreveu uma carta para a noiva dele contando toda a história. Melou tudo e acabou nossa diversão. Ele prometeu casar-se com a noiva e esquecer a outra. Naturalmente, levei a culpa por leva-lo para o mal caminho. Mas como o lobo perde o pelo mas não o vício, logo ele estava metido em outra enrascada. Eu havia mudado de casa para outro bairro, por questões comerciais, havia comprado um  bar e alugado a casa onde morara. Todo mês voltava ali para receber o aluguel e numa destas visitas, percebi algo diferente entre o olhar dele e de uma vizinha casada com um rapaz que trabalhava a noite como vigilante. Após breve conversa, fiquei sabendo de tudo. Realmente eles estavam tendo um caso. O tempo passou e um dia na visita mensal, soube que o romance havia sido descoberto. Aconteceu assim: Todos os dias quando o marido saia para trabalhar, o sócio entrava e ficava por lá até de madrugada. Perto da hora do outro chegar, ele ia embora. Isto durou por dois anos, mas um dia, o pai do vigilante saiu na madrugada por algum motivo alheio ao fato e viu quando o gatuno saia. Ele desconfiou, mas nada falou. Montou campana durante alguns dias e quando teve certeza, chamou o filho e contou o que vira. Na mesma hora, ainda com a arma que usava para trabalhar, procurou aquele que mantinha sua cama quente todas as noites enquanto ele trabalhava. Com uma calma de causar medo em qualquer pessoa, chamou o desafeto e o interrogou.
___ Você tem saído com minha mulher, ou melhor, dormido com ela?
Ele olhou para a mão dele na arma, um 38 Tauros cano longo, novinho em folha. Ainda não tínhamos a lei do desarmamento e os vigilantes perambulavam com as armas na cinta. Sentiu que a resposta valia sua vida.
___ É verdade! Foi tudo que conseguiu falar.
___ Então vem comigo e diga isto na frente dela, tudo bem?
Sem responder e temendo levar alguns tiros, ele o seguiu. Na casa, a mulher foi chamada e confrontada.
Apenas houve silencio e o pior era esperado. Então, com a mesma calma ele disse:
___ Enquanto estou sóbrio, você desapareça da minha frente! Ordem que não precisou ser repetida e meu amigo já estava na casa dele arrumando um meio de sumir por uns tempos. Então voltou se para a mulher e recomendou:
__ Vou até a casa de meu pai e fico lá até as sete horas. Desapareça, porque depois se lhe encontra, faço uma bobagem. Naturalmente que antes do prazo, ela já estava no terminal de onibus comprando uma passagem para o Paraná e nunca mais foi vista por aqui. É claro que o fato caiu na boca do povo. Desta vez eu não podia ser acusado de ter levado meu amigo para o mal caminho, mas a noiva dele me culpou mesmo assim e aceitou casar se com ele, nunca me perdoando por ser tão mal carater e levar um cara inocente a cometer atos tão despresiveis. O vigilante, que nunca foi corno, arrumou outra mulher e mudou-se da vila.
Para mim ficou a lição: Por que estragar a vida de tantas pessoas por um relacionamento que não deu certo?
Ah! O filho que ela levou embora era do outro.

2 comentários:

  1. Uh! Super babado.. mas ainda bem que no final ninguém saiu ferido. E existem milhares dessas mulheres que preferem acreditar que o seu homem foi induzido a assumir que amam um pilantrinha, mas.. que todos sejam felizes.
    ;)

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  2. Verdade... não dá para entender pq manter um relacionamento se não há satisfação e respeito.

    bjooos

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